Não há dados oficiais sobre a frequência de suicídios das pessoas afetadas com síndrome pós-Covid-19 ou Covid longo, mas muitos cientistas e organizações, como os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA e a Autoridade de Recolha de Dados do Reino Unido, estão a investigar casos de depressão, pensamentos suicidas e mortes em pessoas com diagnóstico de Covid-19 há muito tempo.

"Tenho a certeza de que o Covid longo há muito tempo está associado a pensamentos suicidas, tentativas de suicídio, planos de suicídio e risco de morte suicida. Simplesmente não temos dados epidemiológicos”, disse à Reuters Leo Sher, psiquiatra do Mount Sinai Health System, em Nova Iorque, que estuda transtornos de humor e comportamento suicida.

A clínica salienta mesmo que "os distúrbios da dor em geral são um forte preditor de suicídio, assim como a inflamação no cérebro, que vários estudos associaram ao longo Covid".

Uma análise feita pela empresa norte-americana de recolha de dados de saúde, Truveta, para a Reuters, revelou que doentes com Covid longo tinham "quase duas vezes mais chances de receberem uma prescrição de anti-depressivo do que aqueles que foram diagnosticados pela primeira vez". Esta análise teve por base 1,3 milhões de adultos diagnosticados com Covid-19 e 19.000 com diagnóstico de Covid-19 longo, entre maio de 2020 e julho de 2022.

Há dados que apontam que muitos pacientes com o denominado Covid longo recuperam ao longo do tempo, mas "cerca de 15% ainda apresentam sintomas ao fim de 12 meses, de acordo com o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) da Universidade de Washington".