O estudo, publicado na revista científica Cell, refere que este componente do anticorpo — dez vezes mais pequeno do que um anticorpo de tamanho normal — foi utilizado para elaborar um medicamento, o Ab8, que poderá vir a ser utilizado para uso "terapêutico e profilático" da covid-19.

Segundo o Sci Tech Daily, os investigadores testaram o medicamento em roedores, em laboratório, e este é "altamente eficaz". O pequeno tamanho da molécula "não só aumenta o seu potencial de difusão nos tecidos para melhor neutralizar o vírus, mas também torna possível a administração do medicamento por vias alternativas, incluindo a inalação".

É ainda referido que este fármaco não se une às células humanas, o que é um bom sinal relativamente aos possíveis efeitos secundários que pode ter.

"O Ab8 não tem apenas potencial como terapia para a covid-19, mas poderia ser usado para evitar que as pessoas contraiam infeções por coronavírus" explica John Mellors, um dos cientistas responsáveis pelo estudo. "Os anticorpos de maior tamanho atuaram contra outras doenças infecciosas e foram bem tolerados, o que nos dá esperança de que poderia ser um tratamento eficaz para os pacientes com covid-19 e para a proteção daqueles que nunca tiveram a infeção e não são imunes", frisou.

O cientista referiu ainda que "a pandemia da covid-19 é um desafio global que a humanidade enfrenta, mas a ciência biomédica e a engenhosidade humana provavelmente irão superá-lo".

"Esperamos que os anticorpos que descobrimos contribuam para esse triunfo", rematou.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 929.391 mortos e mais de 29,3 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.