Na passada sexta-feira, dia 8, foi publicado um relatório que identificou a presença desta substância nos fluidos pulmonares de 29 pacientes com EVALI - sigla em inglês para “E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury”.

A doença já afetou mais de duas mil pessoas nos EUA.

“As análises fornecem evidências diretas de que o acetato de vitamina E é a principal causa das lesões pulmonares”, disse Anne Schuchat, vice-diretora do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC - “Centers for Disease Control and Prevention”, no original). “Acetato” é o nome químico da molécula.

Schuchat acrescentou que "ainda não foi detetada nenhuma outra toxina potencial nas análises".

O acetato de vitamina E é “usado como aditivo na produção de cigarros eletrónicos” e dos produtos à base de THC (tetrahidrocanabinol), descreve o CDC.

A vitamina E é normalmente inofensiva, podendo ser comprada na forma de uma cápsula para engolir ou um óleo para aplicar na pele. Contudo, esta torna-se nociva se for inalada ou aquecida, explica a agência noticiosa France-Presse.

O estudo do CDC vem confirmar as suspeitas que já vinham sendo levantadas de que a origem das mortes estivesse nesta toxina.

O CDC continua a recomendar que as pessoas não usem cigarros eletrónicos que contenham THC, em particular de fontes informais ou não seguras, uma vez que a maioria dos casos de lesões pulmonares decorrentes do uso de cigarros eletrónicos poderá estar associada ao THC, o principal ingrediente psicoativo da marijuana.

"Quer nos cigarros eletrónicos, quer no tabaco aquecido, existem outros tóxicos que não existem no cigarro tradicional e que têm riscos acrescidos para a saúde humana, incluindo o risco de desenvolver cancro", referiu Sofia Ravara, pneumologista e professora de Medicina Preventiva, à margem do 35.º Congresso de Pneumologia, este sábado.