“O extremismo e o terrorismo são as maiores ameaças do continente. Durante a minha presidência, centrar-me-ei nestas e noutras questões”, disse Al-Sisi no discurso de aceitação do cargo que recebeu do Presidente do Ruanda, Paul Kagame.
Chefes de Estado e de Governo de África estão reunidos até segunda-feira de manhã, para tratar de temas de agenda da UA, como os refugiados internos, a migração e a criação de um passaporte africano, enquanto a organização proclamou 2019 como o ano dos refugiados.
Sob o lema “Rumo a soluções duradouras em deslocações forçadas em África”, o continente pretende afrontar esta crise que, segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados (ACNUR), os afeta especialmente.
“Devemos continuar a construir uma UA forte e credível. A agenda desta cimeira reflete a capacidade da nossa união para enfrentarmos as prioridades do continente”, disse Paul Kagame antes de abandonar a presidência do organismo.
Segundo o ACNUR, a África subsaariana alberga mais de 26% dos 25,4 milhões de refugiados do mundo, sendo que o Uganda, Sudão e a Etiópia são alguns dos países que mais acolhem, ainda que sejam afetados por deslocações internas.
Outro dos temas em debate, segundo o presidente cessante, é a criação de um passaporte africano, uma questão que há mais de dois anos consta da agenda da UA e que, a entrar em vigor, permitirá aos cidadãos dos 54 países africanos viajarem por todo o continente sem necessidade de pedirem vistos.
Para a Amnistia Internacional (AI), a eleição de Abdel-Fattah Al-Sisi para a presidência da UA pode “prejudicar” os mecanismos de defesa dos direitos humanos no organismo.
A AI recordou que, desde 2015, o Egito “orquestrou um ataque contínuo” contra a Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (CADHP), organismo que visa monitorizar os registos dos direitos humanos em África.
“Há dezenas de casos de alegadas violações graves dos direitos humanos imputados ao Egito pela CADHP”, sublinhou a AI.
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