O Novo Hospital do Oeste (NHO), anunciado pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, para o Bombarral, deverá cingir a área de influência aos concelhos das Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã e parte de Mafra, de acordo com o perfil assistencial proposto pelo Grupo de Trabalho criado pelo Ministério da Saúde.

O Grupo de Trabalho, liderado pela antiga ministra da Saúde Ana Jorge, sugere, no relatório a que a agência Lusa teve acesso, que da área de influência do futuro hospital sejam excluídas as freguesias de Alfeizerão, Benedita e S. Martinho do Porto, as únicas do concelho de Alcobaça atualmente servidas pelo Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

A proposta é que todo o concelho, bem como o da Nazaré, passe a drenar para o Centro Hospitalar de Leiria.

“Com a criação da Unidade Local de Saúde (ULS) de Leiria a totalidade das freguesias de Alcobaça e o concelho da Nazaré passam a ser abrangidos por esta unidade”, lê-se no relatório em que o Grupo de Trabalho defende que estes dois concelhos do distrito de Leiria, localizados no norte do Oeste, não devem ser servidos pelo novo hospital.

O mesmo acontece a sul com os concelhos de Alenquer e Arruda dos Vinhos, no distrito de Lisboa, que o Grupo de Trabalho exclui da área de influência do NHO, considerando que devem drenar para o Hospital de Vila Franca de Xira e integrar o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo.

O relatório sugere igualmente a exclusão das populações de Sobral de Monte Agraço, bem como das freguesias de Milharado, União de Freguesias da Malveira e S. Miguel de Alcainça, União de Freguesias de Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés, todas do concelho de Mafra, que são referenciadas para o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, no distrito de Lisboa.

O relatório do Grupo de Trabalho criado para ajudar o Governo a decidir a localização e o perfil assistencial do NHO foi revelado aos autarcas dos 12 municípios do Oeste na terça-feira, no âmbito de uma reunião com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

O documento serviu de base à decisão de construir o futuro hospital no Bombarral, num terreno de 54 hectares, considerando a sua centralidade em relação aos concelhos que irá servir e a dimensão do terreno que permite a expansão da nova unidade, se tal vier a ser necessário no futuro.

O novo hospital substituirá as três unidades do CHO (Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras) o que obrigará a deslocações dos 1.892 trabalhadores da instituição.

Destes trabalhadores, 32% residem no concelho de Torres Vedras, 30% no das Caldas da Rainha e 6% no de Peniche.

O Grupo de Trabalho sustentou a escolha do Bombarral em critérios de acessibilidade, como a proximidade à saída 11 da Autoestrada 8 (que atravessa todo o Oeste) e à estação do caminho-de-ferro.

O relatório destaca ainda uma distância de dois minutos entre o futuro hospital e o quartel de bombeiros do Bombarral e de 12 minutos até ao quartel dos bombeiros de Óbidos.

O documento estima que, de acordo com o modelo de financiamento que vier a ser escolhido, o prazo para a conclusão do hospital seja de seis anos e nove meses, em caso de financiamento do Orçamento do Estado, ou de sete anos no caso de uma parceria publico privada.

Na terça-feira, o ministro da Saúde estimou que, “numa perspetiva muito otimista”, o NHO possa ficar concluído dentro de cinco anos.

O NHO substituirá o atual CHO, que integra os hospitais das Caldas da Rainha e de Peniche, no distrito de Leiria, e de Torres Vedras, no distrito de Lisboa.

Estas unidades têm uma área de influência constituída por estes concelhos e os de Óbidos, Bombarral (ambos no distrito de Leiria), Cadaval e Lourinhã (no distrito de Lisboa) e de parte dos concelhos de Alcobaça (Leiria) e de Mafra (Lisboa), abrangendo 298.390 habitantes.