Num texto de opinião escrito no diário britânico The Guardian, Guterres elogiou os jovens que hoje se manifestaram em mais de cem países, incluindo Portugal, reclamando ação urgente contra as alterações climáticas.

“Estes estudantes compreenderam algo que os que têm mais idade andam a evitar: estamos na corrida das nossas vidas, e estamos a perder”, acentuou o chefe da ONU.

Entre os exemplos de desenvolvimento negativos mencionados por Guterres estão a concentração de dióxido de carbono em níveis inéditos nos últimos três milhões de anos, o facto de os últimos quatro anos terem sido os mais quentes desde que há registos, a subida dos níveis do mar, a agonia dos corais e o impacto mortífero das alterações climáticas na saúde, através da poluição atmosférica, das ondas de calor e dos riscos à segurança alimentar.

A dimensão do desafio leva-o a defender a colocação em movimento de uma mudança radical.

Nas suas palavras, esta radicalidade significa “acabar os subsídios para os combustíveis fósseis e a agricultura e mudar para a energia renovável, veículos elétricos e práticas amigáveis do clima”.

Para concretizar estas ideias, Guterres adiantou que “isto significa pôr um preço nas emissões de carbono que reflitam o verdadeiro custo das emissões, dos riscos climáticos às incidências na saúde da poluição atmosférica”.

Depois de recordar que o mundo tem o Acordo de Paris, constatou a necessidade de uma ação mais consequente com os compromissos assumidos.

“É por isso que vou reunir os líderes mundiais em uma cimeira para a ação climática este ano”, disse, aludindo à reunião que vai decorrer em Nova Iorque, em setembro.

O objetivo, disse, é a apresentação de planos realistas e concretos para os países reforçaram as suas contribuições nacionais até 2020, com o objetivo de reduzir os gases com efeito de estufa em 45% durante a próxima década e para zero, em termos líquidos, até 2050.

Em particular, Guterres pretende a apresentação de “soluções ambiciosas” em seis áreas: energia renovável, redução de emissões de gases com efeito de estufa, infraestruturas sustentáveis, resistência aos efeitos das alterações climáticas e investimentos na economia verde.