Os participantes concentraram-se, inicialmente, na Praça do Giraldo, considerada a sala de visita da cidade, onde alguns discursaram, através de um megafone, e todos, em conjunto, entoaram palavras de ordem.

"Ó senhor ministro explique por favor porque é que no inverno faz calor", foi uma das frase mais vezes entoadas pelos estudantes, ao mesmo tempo que seguravam cartazes com frases como "não há planeta B" e "- CO2 + futuro".

Numa grande faixa de pano preto com letras a branco e amarelo, transportada por dois jovens, alertavam: "Se o planeta morrer não temos outro para viver, exigimos medidas governamentais já".

Os estudantes, onde se que incluía um pequeno grupo de crianças do pré-escolar de uma escola das cidade, desfilaram, depois, em marcha lenta, pelas principais ruas do centro histórico de Évora, culminando o protesto junto ao edifício da câmara municipal.

Linda Assunção, de 16 anos, que tinha um cartaz no qual se podia ler "se o planeta fosse um banco, já estaria salvo", afirmou estar a participar na iniciativa por estar "muito preocupada com as alterações climáticas".

"O Governo já devia ter feito alguma coisa e não fez", considerou, exigindo também medidas a favor do planeta "não só cá, mas também no mundo inteiro".

A jovem estudante referiu que "os adultos, principalmente, não fazem anda" pelo ambiente e têm de ser os mais novos a fazer, porque são os que "daqui a 30 anos" estão a viver no planeta.

Também Ricardo Caia, de 21 anos, aluno da Universidade de Évora, se juntou ao protesto, por entender que "mais do nunca é preciso haver uma grande adesão pela causa ambientalista", num momento em que "o aquecimento global se tem intensificado cada vez mais".

"É bastante importante haver uma maior consciencialização dos mais jovens sobre esta causa e acredito que a mensagem vai passar, tanto para as elites governamentais, como para as pessoas com mais idade", acrescentou.

Centenas de milhares de jovens estão hoje em protestos em mais de 100 países, incluindo Portugal, numa greve mundial de alunos para exigir dos políticos ações concretas contra as alterações climáticas.

Esta ação estudantil mundial tem como lema "fazer greve por um clima seguro" e culmina uma série de manifestações semanais iniciadas no ano passado pela sueca Greta Thunberg, 16 anos, nomeada para o prémio Nobel da paz.

Em Portugal, durante toda a manhã realizaram-se protestos em várias cidades de todo o país.