Em declarações à Lusa em Viana do Castelo, o ministro lembrou que há “regras do jogo”, mas vaticinou que, com “bom senso”, se “arranjarão instrumentos” para que nenhum dos estudantes que participou na greve saia “efetivamente lesado”.

“Como os diretores [escolares] já disseram, há um entendimento muito claro em relação a isso [marcação de faltas]. Quem se manifesta, sabe que automaticamente existem implicações”, referiu.

Na quarta-feira, os dois presidentes das associações representativas dos diretores escolares disseram à Lusa que as faltas dos alunos que participem na greve estudantil internacional em defesa do clima serão injustificadas.

Tiago Brandão Rodrigues frisou que os alunos sabem “que existem regras do jogo” e que “quem faz greve também é penalizado por isso”, porque existem "consequências naturais".

“Neste caso existe bom senso e, se existir bom senso, todos sabemos que se arranjarão instrumentos para que efetivamente nenhum dos estudantes possa sair efetivamente lesado”, referiu.

Pela segunda vez, os estudantes portugueses aderiram à greve climática estudantil internacional, que hoje se realizou em mais de 100 países e que em Portugal se alargou a 51 localidades

O ministro sublinhou que esta “não é uma atividade da escola” e que, por isso, “existem outras questões formais que têm de ser tidas em conta”.

“Os jovens sabem isso e não é por isso que vão deixar de fazer ou não a manifestação. É importante que nos continuem a desacomodar”, disse ainda o ministro.

Para o titular da pasta da Educação, os jovens “estão a mostrar o caminho” que deve ser trilhado em defesa do planeta, alertando para a necessidade de “atuação imediata” para atacar os problemas associados ao clima.

Tiago Brandão Rodrigues falava após o espetáculo de encerramento de uma residência artística, dirigida pela antiga ministra da Cultura Gabriela Canavilhas, que juntou cerca de 60 alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo de uma escola de Darque.

Ao longo de uma semana, os alunos trabalharam o 1.º andamento da Sinfonia dos Brinquedos, assinada pelo pai de Mozart, com brinquedos/instrumentos tradicionais, como o cuco, rocas e passarinhos de água, entre outros.

Na apresentação final, os alunos foram acompanhados por um ‘ensemble’ de cordas da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo.

Trata-se de uma residência integrada no Programa de Educação Estética e Artística, uma das cinco componentes do Plano Nacional das Artes (PNA), já aprovado em Conselho de Ministros e que em junho será apresentado publicamente.

Numa cooperação entre os ministérios da Educação e da Cultura, o PNA integra também os planos nacionais da Leitura e do Cinema e as redes de Bibliotecas Escolares e de Museus.

Segundo Tiago Brandão Rodrigues, o PNA “vai ter uma linha definidora do que é a educação artística e do que é a interação entre o mundo da cultura com as escolas”, em áreas como cinema, literatura, leitura, expressões artísticas ou museologia.

“Para que os artistas possam ir cada vez mais às escolas e para que as escolas possam ir cada vez mais aos museus e aos nossos grandes teatros e grandes espaços de cultura do país”, rematou.