“O envelhecimento constitui um dos maiores desafios atuais na Europa, no mundo, mas também em Portugal. O Porto não é exceção”, salientou o vereador com o pelouro da Coesão Social da Câmara do Porto, Fernando Paulo.
No Porto, 26% da população residente tem idade igual ou superior a 65 anos e cerca de 33 mil idosos vivem sós, de acordo com o diagnóstico feito pelo município.
Para dar resposta a esta população, a autarquia desenvolveu o Plano de Ação para as Pessoas Idosas, instrumento que até 2025 pretende responder ao rápido envelhecimento dos munícipes.
"Não é um plano de intenções, este não é um documento teórico ou filosófico, é um plano de ação concreto com medidas e ações direcionadas de forma transversal para a população sénior", salientou Fernando Paulo.
Assente em cinco áreas de intervenção, o plano, coordenado pelo vereador e pelo professor António Fonseca, da Universidade Católica Portuguesa, abrange mais de 80 projetos e envolveu, durante a sua elaboração, mais de 70 entidades.
“É necessário mobilizar, consciencializar e criar políticas públicas para atuar sobre o envelhecimento porque não podemos deixar de considerar que um quarto da população residente no Porto está envelhecida”, acrescentou.
Entre as várias ações que contemplam o plano, o município pretende criar, no próximo ano, uma comissão municipal de apoio ao idoso, que servirá “de radar” na sinalização de pessoas em risco de isolamento ou exclusão e que terá como propósito "por fim a ciclos de invisibilidade".
As ações e projetos estendem-se, no entanto, a outras áreas, como a saúde, o espaço público, a habitação e a mobilidade, que "têm de ser pensadas para que a cidade não seja geradora de fatores de exclusão".
"Para tirarmos as pessoas de casa é preciso adequar a rede de transportes para o efeito, é necessário criar espaços de participação e cidadania aos mais diversos níveis, é preciso cuidar da saúde e ativar um conjunto de respostas sociais inovadoras", considerou Fernando Paulo.
Disponibilizar o primeiro "Espaço Sénior" na cidade, dinamizar respostas habitacionais entre gerações, garantir um espaço condigno de habitação partilhada, requalificar o espaço público dos bairros municipais, requalificar arruamentos degradados e aumentar os pontos de descanso com a instalação de bancos nos percurso pedonais são algumas das ações que contemplam o plano.
Outras ações passam por proporcionar melhor acessibilidade entre as cotas alta e baixa da cidade, dotar a passagem inferior de acesso ao Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) de tapetes rolantes e desenvolver uma solução de mobilidade para assegurar a ligação entre zonas deficitárias de transporte público para pontos com oferta.
"É muito importante haver uma consciencialização pública relativamente ao envelhecimento. É preciso quebrar barreiras e estereótipos, e poder atuar sobre as vulnerabilidades", referiu o vereador, destacando, no entanto, que este tem de ser "um trabalho de todos" e não apenas do município.
"O município é coordenador, mobilizador, tem de dar o exemplo através das unidades orgânicas, tem de criar políticas, mas é também essencial que as várias entidades estejam presentes", considerou, defendendo que o maior desafio passar por garantir uma política de envelhecimento que proporcione “independência, participação, segurança, autorrealização e dignidade”.
O Plano de Ação para as Pessoas Idosas vai ser apresentado hoje nas II Jornadas Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas, que decorrem na Alfândega do Porto.
O município do Porto integra desde 2010 a Rede Mundial de Cidades Amigas das Pessoas Idosas, que abrange 1145 cidades de 50 países.
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