“Coletes amarelos, não desistam!”, escreveu o vice-primeiro-ministro e líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi di Maio, num texto publicado no blogue do partido (https://www.ilblogdellestelle.it).

O outro vice-primeiro-ministro italiano, o líder da Liga (nacionalista), Matteo Salvini, afirmou numa nota: “Apoio os cidadãos honestos que protestam contra um presidente que governa contra o seu povo”, acrescentando contudo condenar “com total firmeza” a violência nas manifestações, “que não é útil a ninguém”.

Di Maio, cujo movimento, criado em 2009, defende a “democracia direta”, também condenou “veementemente a violência” e ofereceu a ajuda do seu movimento, em particular da plataforma internet que utiliza, designada “Rousseau”, para ajudar os ‘coletes amarelos’ a “organizar eventos”, “escolher candidatos” ou “definir um programa eleitoral”.

“Rousseau” é uma plataforma interativa que permite aos militantes do M5S participar na definição de programas e redação de leis ou na escolha de candidatos do movimento a eleições locais e nacionais.

“É um sistema pensado por um movimento horizontal e espontâneo como o vosso e ficaremos satisfeitos se o quiserem usar”, escreveu Di Maio.

“Como outros governos, o de França pensa sobretudo em representar os interesses das elites, dos que vivem de privilégios, mas já não do povo”, escreveu, acrescentando, noutro passo, que “o Governo de [Emmanuel] Macron não está à altura das expetativas e algumas das políticas aplicadas são perigosas, não apenas para os franceses, como também para a Europa”.

“Em Itália conseguimos inverter essa tendência”, afirmou, apelando aos ‘coletes amarelos’ para que façam o mesmo.

“Uma nova Europa está a nascer. A dos coletes amarelos, a dos movimentos, a da democracia direta. É uma dura batalha que podemos travar juntos. Mas vocês, coletes amarelos, não desistam!”, concluiu.

Milhares de pessoas envergando ‘coletes amarelos’ têm-se manifestado em França desde 17 de novembro, um protesto que inicialmente exigia a suspensão de um novo imposto sobre os combustíveis e acabou por se ampliar a uma série de outras reivindicações.

Algumas dessas manifestações degeneraram em violência, com automóveis e contentores de lixo incendiados e confrontos com as forças policiais, que fizeram até ao momento 10 mortos e centenas de feridos.

No sábado passado, cerca de 50.000 pessoas manifestaram-se em toda a França, mais que na semana anterior, em que os manifestantes tinham sido cerca de 15.000, aumento que marcou uma inversão na tendência de desmobilização traduzida na redução sucessiva de participantes desde o primeiro protesto, que juntou 282.000 pessoas.

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