Esses números de violência política na Colômbia referem-se ao período de 13 de março de 2021 até hoje, numa altura em que começa a contagem decrescente para as eleições de renovação do Senado e da Câmara dos Deputados, contabilizando-se 124 atos de violência contra 163 pessoas, em que a maioria (144) são ameaças.

Segundo os dados da Fundação Paz e Reconciliação, as situações reportadas no último ano são em número inferior ao registado nas eleições departamentais e municipais de 2019, quando se identificaram 230 vítimas em 177 atos de violência, dos quais três em cada 10 eram pessoas da oposição.

De acordo com a fundação, existe “uma dinâmica sustentada de aumento da violência desde setembro de 2021, sendo os últimos cinco meses os mais violentos”.

No entanto, nestes últimos dois meses “alguns eventos foram muito mais graves do que os apresentados até novembro de 2021”, como um incêndio provocado na casa do presidente da câmara de El Charco, município de Nariño (sudoeste), em 04 de fevereiro, ou a descoberta de um artefacto explosivo – que não chegou a detonar – numa casa usada para eventos do partido Comunes em Bogotá, a formação que surgiu dos ex-combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Também houve dois ataques a deputados de Chocó, departamento no norte do Pacífico colombiano, onde explosivos foram lançados nas suas casas nos dias 07 e 09 de janeiro, e todos os membros da assembleia desse departamento foram alvo de ameaças em panfletos.

Sobre o perfil das vítimas de violência política, quatro em cada 10 foram eleits funcionários públicos, entre os quais os vereadores foram os mais atingidos, com 19 casos, seguidos por presidentes de câmara (15), deputados (13), senadores (11) e governadores (sete), destacando-se ainda os membros de partidos políticos (com 14 casos) e jornalistas (13).

A maioria das pessoas ameaçadas ou mortas (51) faz parte do partido do governo local ou nacional, havendo 39 vítimas de partidos de oposição, inclusive Colombia Humana, Partido Conservador e Aliança Verde.

De acordo com a Fundação Paz e Reconciliação, em 70% dos casos de violência política não foi possível esclarecer qual o grupo ou pessoa responsável pelos incidentes, mas nos outros 30% os principais culpados são os grupos que surgiram após a extinção dos guerrilheiros das FARC, seguidos pelos paramilitares como as Autodefesas Gaitanistas da Colômbia ou o Clã do Golfo.

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