No email assinado pelo segundo-comandante distrital da Polícia de Segurança Pública de Faro, intendente Carlos Miguel Domingues Anastácio, a que agência Lusa teve hoje acesso, é pedido aos comandantes daquele distrito para aliciarem e usarem “a magistratura de influência” junto dos agentes na realização das obras das instalações que vão albergar duas equipas do Corpo de Intervenção (CI).
Esta situação já levou a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) a enviar um ofício ao diretor nacional da PSP a manifestar “repúdio pelo conteúdo” do email e apelar para que tal pretensão do comando distrital de Faro seja anulada.
O segundo-comandante distrital da PSP de Faro explica no email que enviou aos comandantes que a partir de 13 de junho duas equipas do CI devem ficar alojadas em Lagos e, partir de 01 de julho, uma equipa do CI deverá ficar em Tavira.
“A mão de obra será preferencialmente dentro do vosso efetivo, que deverão aliciar usando a vossa magistratura de influência”, apela o comandante no mesmo email.
O intendente Carlos Miguel Domingues Anastácio acrescenta que “isto também se aplica a pequenas reparações nas outras instalações”.
“A situação do CI é mais delicada porque vão viver nas instalações e são convidados pelo comando, no entanto sabemos todos da dificuldade de agilizar os procedimentos pelo que a forma mais viável é adquirir material através do fundo de maneio e convencer a nossa mão de obra (cerca de 400 em Faro e 200 em Portimão) a dar uma ajuda”, sublinha ainda o email.
Depois de ter tomado conhecimento do email enviado pelo comando distrital da PSP de Faro aos comandantes, a ASPP enviou hoje um ofício ao diretor nacional da PSP para denunciar a situação.
“A ASPP/PSP não pode deixar de demonstrar o seu repúdio pelo conteúdo deste mail, não pode deixar de demonstrar a total oposição pela abordagem que permite considerar a um oficial de polícia, que os polícias poderão ser mão de obra para serviços de construção civil”, refere o ofício da ASPP enviado a Magina da Silva.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia apela ainda ao diretor nacional para que “use a sua magistratura de comando, disciplina e liderança no sentido não só de anular tal pretensão, como exerça a sua competência a todos os níveis no sentido responsabilizar quem age desta forma”.
Contactada pela agência Lusa, a direção nacional da Polícia de Segurança Pública não quis comentar a situação.
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