Segundo o delegado sindical, Sérgio Silva, os tribunais de Ansião, do Trabalho (Leiria) e local cível estão encerrados por falta de funcionários.

"Houve várias diligências adiadas e na maioria dos tribunais estão apenas a ser cumpridos os serviços mínimos obrigatórios, para dar despacho a casos urgentes", explicou à agência Lusa, acrescentando que, à exceção de Peniche (40 a 50%), a adesão à grave é superior aos 90%.

Também o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Comarca de Leiria está a funcionar nos "mínimos".

Durante a manhã, cerca de duas dezenas de funcionários concentraram-se à porta do Tribunal de Leiria, em mais uma ação de protesto e chamada de atenção.

"Queremos a melhoria dos quadros e o reinício das negociações com o Ministério da Justiça, suspensas em maio. Queremos a renegociação do estatuto, melhores condições de trabalho e aumento do quadro de pessoal, que tem diminuído nos últimos anos com a saída de muita gente" sublinhou à Lusa Sérgio Silva, no primeiro dia de greve, no início do mês.

À data, o dirigente sindical criticou ainda que tenham isenção de horário, que "não é pago", e que sejam obrigados a exclusividade, sem que esta também seja compensada.

"Nem podemos lecionar. Só se for de forma gratuita. Se ficarmos em interrogatórios até altas horas da madrugada, os arguidos têm direito a jantar e a nós nem perguntam. E, no dia seguinte, temos de estar ao serviço as 09:00".

Sérgio Silva salientou que é trabalho a mais das "três classes - funcionários judiciais, magistrados e procuradores -, que mantêm os tribunais em funcionamento".

Os oficiais de justiça iniciaram uma greve a tempo parcial a 05 de novembro, que termina a 31 de dezembro, para exigir a revisão do estatuto, melhores condições de trabalho e abertura de concursos para admissão de mais funcionários.