Um dia depois de ter desafiado o primeiro-ministro, António Costa, a resolver os problemas na distribuição de combustíveis, devido à greve dos motoristas, até ao debate quinzenal no parlamento, em Lisboa, hoje de manhã, o que não aconteceu, agora Assunção Cristas tem expectativas mais baixas, mas revela esperança.

“Tenho que ter sempre a esperança de que o governo faça o seu trabalho, lamentando que até agora tenha sido incompetente, mas esperando que possa resolver, porque obviamente o que me preocupa são todos os cidadãos que estão a sofrer com esta paralisação”, afirmou Cristas à Lusa, à margem de uma conferência sobre economia social, em Cascais, distrito de Lisboa.

A líder centrista espera, apesar de tudo, que “se a paralisação não for resolvida com rapidez”, os serviços mínimos sejam “alargados a todo o país” e não apenas às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, como António Costa admitiu hoje no debate quinzenal.

É “um erro enorme pensar que o país se resume às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto”, afirmou Cristas, sublinhando a importância da resolução da crise para instituições de solidariedade social, como aquela em que se realizou a conferência, a Cercica, no Estoril, Cascais.

O problema é que o impasse tem a “agravante de, a cada hora que passa” haver “mais setores a sinalizarem a preocupação”, como o setor alimentar, dos medicamentos.

Repetindo argumentos da manhã, no debate quinzenal, a líder do CDS voltou a acusa o governo de não ter “capacidade de ação, está sempre a correr atrás do prejuízo”.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou hoje que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.

O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.