“A situação é muito grave, as reservas estão baixíssimas e, se a greve se prolongar, a empresa não terá outra solução que não seja reduzir os serviços ao mínimo”, disse hoje à agência Lusa Orlando Ferreira, administrador da Rodoviária do Oeste.
A empresa, do Grupo Rodoviária do Tejo, informou hoje em comunicado que “face à greve de motoristas do transporte de matérias perigosas e consequentes dificuldades no abastecimento de combustíveis” poderá “ser forçada” a fazer alterações na oferta de transportes.
À Lusa, o administrador disse estar “focado no regresso dos alunos às aulas, na terça-feira”, situação em que “para assegurar esse transporte" é necessário "suprimir ligações na quinta-feira e na segunda-feira”.
O número de carreiras a suprimir “dependerá de as empresas de transportes fora de Lisboa e Porto serem incluídas nos serviços mínimos” e do número de dias de greve dos motoristas, já que, acrescentou, “mesmo que a greve termine rapidamente o reabastecimento vai demorar algum tempo a ser regularizado”.
A Rodoviária do Oeste (que opera nos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Peniche e nas ligações a Torres Vedras e Lisboa) prevê divulgar ainda hoje os horários que serão suprimidos.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.
O primeiro-ministro admitiu alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.
Ao final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, foram definidos os serviços mínimos.
A greve dos motoristas de matérias perigosas decorre por tempo indeterminado.
Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.
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