Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Lopes, explicou que o contexto pandémico não permite festas nos Santos Populares, embora pudesse “beneficiar” as empresas que se encontram em dificuldades económicas.

“[…] Em termos comerciais, eu direi: sim, faça-se. Mas, em termos de responsabilidade sobre a saúde eu direi: faremos aquilo que formos autorizados a fazer, em termos que aquilo que a Direção-Geral da Saúde autorizar para o momento”, disse.

Embora reconheça que, desde a reabertura após o confinamento, houve melhorias no comércio no centro da cidade, Manuel Lopes lembrou que o mês de junho “trazia milhares e milhares de pessoas” para a Avenida da Liberdade, em que muitas delas iam para festa e outras faziam compras.

“Já percebemos que as condições comerciais melhoraram […], há mais procura, há mais pessoas na nossa Baixa e nosso Chiado […]. Aquilo que aconteceria, se fosse possível abrir às famílias e às pessoas as festas populares – se elas existissem –, obviamente, estou convencido que iria beneficiar todos e alterar profundamente aquilo que são as dificuldades económicas das empresas”, afirmou.

Já o presidente da Associação de Valorização do Chiado (AVChiado), Victor Silva, alertou que “o comércio português está a definhar”, mas considerou que seria incompreensível a realização de festas durante os Santos Populares.

“Estas festas com álcool no meio da rua, penso que, neste momento, em que tudo anda com máscaras […], tornam-se descabidas”, disse, adiantado que os eventos ocorridos no último fim de semana no Porto não têm “qualquer nexo”.

Acusando o Governo de estar a ser o “coveiro” do comércio, Victor Silva alertou que vai assistindo, todos os dias, ao encerramento de estabelecimentos comerciais e que há apoios que ainda não chegaram.

“Estamos aqui um pouco perdidos, já. Sem eira, nem beira”, sustentou.

Na manhã de hoje, o presidente Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), anunciou que não vai autorizar este ano a realização de arraiais populares devido à pandemia de covid-19, apelando para que os cidadãos compreendam a situação e evitem aglomerações.

“Infelizmente, este ano não vamos poder ter arraiais, não vamos poder ter as comemorações do Santo António com arraiais, dada a situação que vivemos”, disse o autarca, acrescentando: “É a decisão sensata, é a decisão avisada nesta fase da pandemia em que são precisos ainda cuidados, são precisos alertas”.

Em declarações à agência Lusa, Fernando Medina indicou que, tal como no ano passado, os arraiais “não vão ser licenciadas nem pela Câmara, nem por Juntas de Freguesia e, por isso, a fiscalização cabe às autoridades, quer à Polícia Municipal, quer à Polícia de Segurança Pública (PSP)”.