“A CENI (Comissão Nacional Eleitoral Independente) informou-nos que não tem capacidade técnica para organizar as eleições em 23 de dezembro [domingo]”, referiu Théodore Ngoy, um dos candidatos, ao portal de informação congolês Actualité, à saída da reunião.

Segundo a agência noticiosa Efe, está programado para as 15:00 (14:00, em Lisboa) uma conferência de imprensa com o presidente da CENI, Corneille Nangaa, que dará mais informações.

Contudo, a imprensa local e os candidatos acreditam que o adiamento das eleições é quase certo.

Inicialmente previstas para 2016, as eleições de dezembro foram já adiadas duas vezes, e, além de presidenciais, irão ainda permitir a escolha de representantes parlamentares a nível nacional e provincial.

Centenas de estudantes encontram-se na Universidade de Kinshasa para exigir que as eleições sejam realizadas mesmo que a votação seja finalmente adiada.

O candidato de uma coligação da oposição ‘Lamuka’ afirmou que “após mais de dois anos de atrasos constitucionais, um adiamento é injustificável”, num comunicado conjunto com os elementos da oposição Jean-Pierre Bemba e Moise Fayulu, cujos partidos estão integrados nessa coligação.

“A CENI e o Governo ilegítimo de Kabila tiveram bastante tempo para preparar uma boa eleição, confiável e pacífica”, acrescenta o comunicado.

Em 13 de dezembro, oito mil urnas eletrónicas e outros equipamentos eleitorais ficaram destruídos num incêndio num dos principais armazéns da CENI em Kinshasa.

De acordo com a organização não-governamental (ONG) local Associação Congolesa de Acesso à Justiça, pelo menos dez pessoas foram mortas nas eleições na RDCongo desde o início da campanha, em 22 de novembro.

Desde a sua independência do poder belga, em 1960, a RDCongo nunca testemunhou uma transição política pacífica.