A reunião está agendada para o período de 24 de junho a 04 de julho, em Manama, capital de Bahrein, no Golfo Pérsico, mas a análise deverá começar no dia 29 e prolongar-se pelos dois dias seguintes, segundo o 'site' da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
A maioria das candidaturas (22) dizem respeito a sítios culturais, como é o caso de um campo de caça Inuit na Dinamarca, um oásis na Arábia Saudita, ou um conjunto vitoriano e Art Deco na Índia.
Outras cinco candidaturas são de paisagens naturais e, as restantes três, misturam as duas características.
As 30 candidaturas têm origem em África do Sul, Alemanha, Bélgica, Canadá, China, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Espanha, França, Holanda, Índia, Indonésia, Irão, Itália, Japão, México, Quénia, Roménia, Rússia e Turquia.
As apostas são altas para os candidatos, com a inscrição a classificá-los como heranças de valor "excecional", suscetíveis de atrair turistas e captar ajuda financeira.
Mas também envolve esforços de preservação e conservação, para manter a integridade das propriedades, resistir à urbanização e conservar ecossistemas, já que falhar representa ser retirado da lista.
Parte da reunião do comité de 21 Estados será dedicada a examinar o estado de conservação dos locais inscritos na lista e os locais "em risco", e a eventual retirada de um ou de outro.
Um dos locais ameaçados de ser retirado da lista, neste ano, é o centro histórico de Shakhrisyabz, no Uzbequistão.
Inscrito em 2000, na lista de Património Mundial e, em seguida, em 2016, na lista de património em perigo, este antigo centro poderá sair devido a projetos de desenvolvimento urbano em grande escala, que resultaram em profundas alterações da sua aparência, do ambiente dos monumentos e até dos seus estratos arqueológicos.
"Apagaram toda uma vizinhança tradicional que estava na lista", disse Mechtild Rössler, diretora do Centro de Património Mundial e Património da Humanidade da UNESCO, em entrevista coletiva, citada pelas agência internacionais.
Uma tal retirada tem pelo menos dois precedentes, mas continua a ser um acontecimento extremamente raro.
A barreira de corais do Belize, a segunda maior do mundo, depois da Austrália, deverá sair da lista do património mundial em perigo, na qual figura desde 2009, graças às medidas entretanto tomadas, incluindo a mais recente, de final de 2017: o abandono da exploração petrolífera no mar.
No Quénia, o lago Turkana poderá, por outro lado, estar "ameaçado", após a construção de uma represa na Etiópia que teve "um sério impacto", diz a UNESCO.
"Gibe III", a maior barragem hidroelétrica em África, inaugurada pela Etiópia no final de 2016, foi construída a várias centenas de quilómetros ao norte do Omo, afluente etíope do Lago Turkana, fazendo baixar o nível do lago e interrompendo as inundações sazonais essenciais ao ciclo reprodutivo dos peixes.
A reunião do Bahrein também deve ser usada para arrecadar fundos para o Fundo do Património, que atualmente está nos níveis de 1991, disse Mechtild Rössler, considerando a “situação muito séria”.
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