Nos últimos dias, Israel destacou o aumento no número de camiões a entrar no território palestiniano, mas as organizações humanitárias consideram os esforços ainda insuficientes. Estas são as rotas dos carregamentos:

Chegada do Egito e inspeção

A ajuda chega geralmente ao Egito pelos portos de Port Said ou El Arish, este último mais próximo de Gaza, porém de pequenas dimensões.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou em 5 de abril novos dispositivos para aumentar as entregas. A ajuda chegaria pelo porto de Ashdod, no sul de Israel e próximo a Gaza, e por uma nova passagem de fronteira terrestre, mas as autoridades não forneceram datas.

Por enquanto, a maioria dos camiões entra pela passagem de Rafah, na fronteira entre Egito e Gaza, onde esperam durante vários dias numa área de trânsito com capacidade para cerca de 50 lugares, insuficiente de acordo com as ONGs.

As cargas passam por um controlo rigoroso, fazendo longas viagens de ida e volta para os pontos de inspeção de Kerem Shalom e Nitzana, em Israel.

Entrada pelo sul de Gaza

Os produtos autorizados a entrar são descarregados na zona entre Egito e Gaza e são carregados noutros veículos, conduzidos por palestinianos empregados por ONGs.

Estas organizações culpam os controlos rigorosos pela lenta entrega de ajuda, enquanto as autoridades israelitas citam a incapacidade das ONGs para lidar com as quantidades.

"Adaptamos e melhoramos os nossos mecanismos de entrega de ajuda, as agências de ajuda da ONU devem fazer o mesmo", afirmou nesta quinta-feira o Cogat, organismo israelita responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinianos ocupados.

Na terça-feira, foi permitida a entrada de 468 camiões em Gaza, um recorde desde o início da guerra segundo Israel, que espera alcançar em breve uma média diária de 500.

No entanto, as cifras da ONU costumam diferir. Um porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), Jens Lerke, afirmou na terça-feira que os camiões estão meio vazios, "um requisito" imposto por Israel para facilitar as inspeções, segundo ele.

Ajuda insuficiente para o norte

A entrega de ajuda ao norte, onde a crise humanitária é mais profunda, é extremamente complexa devido à destruição e aos combates.

Vários comboios foram bloqueados pelas autoridades israelitas, e outros foram saqueados por multidões de palestinianos "famintos", segundo as ONGs.

Israel indicou que a passagem de fronteira de Erez, entre o território palestiniano e o sul de Israel, atualmente fechada, será usada para entregar ajuda.

No entanto, meios de comunicação israelitas indicaram nesta quinta-feira que o governo procura uma alternativa por razões de segurança e quer abrir um acesso na localidade próxima de Zikim para aceder diretamente ao norte de Gaza.

Ar e mar

Vários países (Estados Unidos, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, França, Bélgica...) realizam lançamentos aéreos, especialmente no norte.

A abertura de um corredor marítimo entre Chipre e Gaza permitiu em março a chegada de um navio com 200 toneladas de alimentos. Segundo a ONG espanhola proprietária da embarcação, a Open Arms, as autoridades israelitas inspecionaram "exaustivamente" a carga no porto cipriota de Larnaca.

O Exército americano também planeia construir um cais em Gaza para descarregar ajuda em grande escala.

No entanto, organizações internacionais e cidadãos de Gaza consideram essas iniciativas insuficientes, pois envolvem quantidades pequenas, aleatoriedade e o perigo de lançar ajuda sobre áreas densamente povoadas.