"Após qualquer evento desse tipo, deve haver - e sempre há - uma avaliação completa e uma tentativa de tirar lições", disse o secretário de Estado para Segurança, Brandon Lewis, à BBC.

Ele recusou-se a dizer se o ataque representa um "fracasso" para as autoridades. Chamado de "terrorista" pela polícia, ocorreu na sexta-feira no início da tarde em London Bridge, causando pânico no movimentado bairro do centro da capital britânica.

O agressor foi identificado pela polícia como Usman Khan, de 28 anos, condenado em 2012 por crimes terroristas e colocado em liberdade condicional seis anos depois.

Khan participava de uma conferência organizada pela Universidade de Cambridge sobre a reabilitação de prisioneiros, segundo a imprensa. O evento acontecia no Fishmonger's Hall, um prédio no extremo norte de London Bridge, onde o ataque começou.

Com um dispositivo explosivo falso, o agressor foi morto a tiro pela polícia depois de ser contido na ponte sobre o Tamisa por cidadãos aclamados como "heróis" no Reino Unido.

Em imagens impressionantes publicadas nas redes sociais e mostradas pela imprensa britânica, é possível ver um civil esvaziar um extintor de incêndio em Usman Khan, enquanto outro apontam-lhe uma presa de narval, uma baleia dentada, provavelmente conseguida no Fishmonger's Hall, que contém muitos objetos antigos.

Já um polícia à paisana saiu da briga depois de agarrar a faca do agressor.

"Alguns dos homens que se lançaram contra (o agressor) eram ex-prisioneiros e estavam todos no Fishmonger's Hall", disse Jamie Bakhit, um zelador de 24 anos, citado pela agência de notícias PA e que afirmou que conversou com um dos interventores.

Mas além dos atos de bravura, a questão que todos se faziam neste sábado é por que razão é que Usman Khan beneficiou da condicional e a que tipo de vigilância estava sujeito.

É provável que esta pergunta entre na campanha eleitoral, que será retomada este sábado, a menos de duas semanas para as legislativas de 12 de dezembro, depois de ser temporariamente suspensa após o ataque.

Segundo a PA, Usman Khan foi condenado a uma pena de prisão por tempo indeterminado em 2012, reduzida a 16 anos de prisão em apelação em 2013 por pertencer a um grupo que queria cometer um ataque a Bolsa de Londres, a London Stock Exchange, e estabelecer um campo de treino terrorista no Paquistão.

Khan foi libertado há um ano atrás, antes de cumprir metade da sua sentença. A sua detenção provisória poderia ter sido levada em consideração. O jornal Times disse que o homem estava a usar uma pulseira eletrónica no momento do ataque.

"Um erro"

Antes do início de uma reunião do Comité de Crise do governo ("Cobra") na sexta-feira à noite, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que "há muito tempo" diz que "é um erro permitir que criminosos violentos saiam da prisão de maneira antecipada".

Num comunicado, o conselho de liberdade condicional disse que não estava "envolvido" na libertação do suspeito, "que parece ter sido automaticamente libertado nas condições exigidas por lei".

Por sua vez, a polícia lançou um novo pedido por testemunhas do ataque em que um homem e uma mulher foram mortos e três pessoas ficaram feridas, uma das quais estava nesta sexta em estado "crítico, mas estável".

Uma busca foi realizada numa casa de Stafford, no centro da Inglaterra, onde Usman Khan teria residido.

Segundo informações, este último agiu sozinho, segundo a polícia, que pediu ao público que permanecesse "vigilante" e evitasse a área de London Bridge, que permanecerá fechada "por um tempo".

*Por Martine Pauwels/AFP