A “Climate Action Tracker” (CAT) faz uma análise científica independente sobre as ações dos governos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e manter o aquecimento global abaixo dos 2°C (dois graus celsius) e de preferência limitar esse aquecimento a 1,5°C acima dos níveis da era pré-industrial, como ficou definido no Acordo de Paris, em 2015.

A análise da CAT abrange os maiores emissores de GEE e uma amostra de pequenos países, cobrindo cerca de 80% das emissões globais e 70% da população mundial.

Na última revisão da ação dos governos, hoje divulgada, a CAT diz que a evolução não é grande e salienta que é absolutamente necessário que mais países aumentem as suas contribuições de redução, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (CND).

Diz a organização que há demasiados países, especialmente entre os maiores emissores de gases e países desenvolvidos, que ainda não aumentaram as suas contribuições. E que há cerca de 70 países que não fizeram qualquer atualização ainda.

A CAT apresenta agora um novo sistema de classificação dos países, mais completo. A nova classificação abrange 37 países, mas desses apenas um, a Gâmbia, é classificado como tendo uma ação climática global compatível com o Acordo de Paris de não superar os 1,5°C de aquecimento global.

Depois há outros sete países cuja ação climática é quase suficiente, bastando algumas melhorias para chegar à meta dos 1,5°C, que são a Costa Rica, Marrocos, Nigéria, Etiópia, Reino Unido, Quénia e Nepal.

Há nove países, incluindo a União Europeia como um todo, os Estados Unidos ou a África do Sul, cujas medidas são insuficientes, e 15 com medidas altamente insuficientes. Estão neste último caso países como o Canadá, a Austrália, a China, a Índia ou o Brasil. E finalmente em cinco países - Rússia, Singapura, Irão, Arábia Saudita e Tailândia - a situação nesta matéria é classificada como crítica, com lacunas profundas na ação climática.

Sobre a União Europeia a CAT reconhece que foram dados “grandes passos” na mitigação dos efeitos climáticos, com a aprovação do “Acordo Verde” e da Lei do Clima, ou com o reforço do objetivo de redução de emissões (55% até 2030).

Mas a organização avisa que é preciso acelerar a eliminação gradual do carvão, aumentar o financiamento da ação climática no estrangeiro, e ir além da redução de 55% aumentando, por exemplo, as energias renováveis e a eficiência energética.

“A UE também precisa de assegurar que as medidas de política climática adotadas em Bruxelas sejam aplicadas pelos Estados membros. Até agora, a ação em cada Estado membro tende a variar, e muitos deles ainda não aplicaram medidas suficientes para cumprir os objetivos a nível da UE”, diz a organização.

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