Questionado sobre a mudança de discurso nos últimos dias por parte de António Costa, que admitiu negociações “com todos” os partidos, incluindo os antigos parceiros de esquerda, João Ferreira respondeu que “a realidade veio dar razão às posições da CDU”.

O antigo eurodeputado comunista associou essa alteração de postura a um crescimento da “força” em torna da Coligação Democrática Unitária: “Se isto fossem placas tectónicas, elas movem-se, e quanto mais força tiver a CDU, mais elas se irão mover”.

O membro da comissão política do Comité Central do PCP considerou, por isso, que a alteração de discurso era “inevitável” e que “o reforço da CDU traz sinais de movimento à vida política em geral”.

João Ferreira está hoje a substituir o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, na campanha para as eleições legislativas de 30 de janeiro.

Jerónimo de Sousa está a recuperar de uma operação de urgência à carótida interna esquerda a que foi submetido há cerca de duas semanas e regressa na quarta-feira para finalizar a volta da CDU.

O antigo eurodeputado comunista deveria ter ficado com esta função deste o início da última semana, mas teve de ser também substituído porque ficou infetado com o SARS-CoV-2.

O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, tomou o seu lugar nesta tarefa, que desempenhou até segunda-feira, prosseguindo agora com o resto da campanha eleitoral em Évora, distrito pelo qual volta a ser candidato.