João Ferreira, que foi candidato pela CDU à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 2013, assumiu esta posição perante o XX Congresso do PCP, que termina no domingo em Almada.

Num discurso dedicado a um balanço sobre a presença do PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira frisou que a CDU, nas últimas eleições europeias, em 2014, alcançou 12,7% dos votos, "o resultado mais expressivo em 25 anos".

Em linhas gerais, João Ferreira sustentou a tese de que o PCP, no Parlamento Europeu, "assume uma intervenção ímpar no quadro partidário nacional, que é também uma contribuição para uma outra Europa, constituída por Estados soberanos e iguais em direitos".

Uma contribuição que, segundo o eurodeputado comunista, "é alternativa às políticas da direita e da social-democracia".

O eurodeputado advogou que os comunistas têm atuado contra as consequências "cada vez mais negativas da integração capitalista europeia", designadamente contra o aprofundamento da União Económica Monetária, contra a União Bancária e contra os tratados de livre comércio, "uma forma de protecionismo dos países mais ricos".

"Denunciámos e rejeitámos todas as chantagens e pressões exercidas contra Portugal. Foi por iniciativa do PCP que a renegociação das dívidas públicas ou a revogação do Tratado Orçamental foram levadas ao Parlamento Europeu", reivindicou ainda o vereador da Câmara de Lisboa.

Numa alusão às crises migratórias que afetam a Europa, João Ferreira salientou que o PCP repudiou e combateu sempre "o racismo e a xenofobia, o anticomunismo e o fascismo".