Num comunicado enviado à agência Lusa, a empresa Somincor congratula-se com "o regresso à normalidade" da operação da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, distrito de Beja, e refere que a greve dos trabalhadores, que decorreu na semana passada e foi "proposta" pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), registou "uma adesão de 18%".

A empresa, que pertence ao grupo sueco-canadiano Lundin Mining, afirma que responde "sempre de forma responsável" às necessidades dos trabalhadores e mantém-se aberta "a um diálogo construtivo e permanente" com aqueles e o STIM.

A Somincor diz que a sua "proposta de revisão de turnos", que é contestada pelo STIM e foi um dos motivos da greve, foi "suportada por mais de 60%" dos trabalhadores e reitera o seu "total compromisso em manter todas as condições remunerativas e os direitos" dos trabalhadores, que "estão atualmente a ser praticados".

A empresa também assume o "compromisso contínuo em garantir boas e seguras condições de trabalho", frisando que "parte desse compromisso é assegurar a competitividade a longo prazo da Somincor e a sua posição de grande empregador e contribuidor para a economia regional e nacional".

Segundo disse à Lusa o dirigente do STIM Luís Cavaco, devido à greve, que começou na passada terça-feira e terminou no sábado às 06:00, a extração e a produção "parou completamente" na mina de Neves-Corvo.

Por isso, o STIM faz um "balanço bastante positivo" da greve, referindo que, durante a paralisação, só decorreram "serviços mínimos" e "não foi extraída uma única pedra de minério" no fundo da mina e as duas lavarias não produziram "uma grama de concentrado" de cobre, zinco ou chumbo.

Segundo o STIM, a greve, que foi decidida no passado mês de setembro, num plenário geral de trabalhadores da Somincor, serviu para reivindicar o fim do regime de laboração contínua no fundo da mina, a "humanização" dos horários de trabalho, a antecipação da idade da reforma dos funcionários das lavarias, a progressão nas carreiras, a revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão sobre os trabalhadores".

Se as repostas da administração da Somincor às reivindicações continuarem a "não ser favoráveis", os trabalhadores vão avançar com as outras duas greves que também decidiram fazer, uma em novembro e outra em dezembro, em datas ainda a definir, disse Luís Cavaco.