Até 15 de fevereiro estará concluída a “revisão do projeto por uma entidade independente”, um procedimento obrigatório tendo em conta o valor do investimento, disse à agência Lusa fonte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

“Conforme o previsto, estará o lançamento do concurso público para as obras de ‘Recuperação e Valorização da Sé Patriarcal de Lisboa’ durante o primeiro trimestre de 2017 e a adjudicação deverá ocorrer durante o segundo semestre de 2017”, disse a mesma fonte, acrescentando que “o prazo de execução da obra é de 18 meses após a adjudicação”.

O investimento total é 4.998.472 euros, sendo dois milhões suportados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e "a restante verba assegurada pelo orçamento da DGPC e do Cabido da Sé de Lisboa, de acordo com protocolo celebrado entre as partes”, em setembro de 2010, e cuja adenda foi assinada em julho de 2015 pelo então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e pelo deão da Sé, Carlos Paes.

Na ocasião, o arquiteto Luís Adalberto Reis, responsável pelo projeto, explicou que o plano de reabilitação prevê o encerramento do átrio do claustro com uma laje, a musealização do espaço arqueológico em cripta e o acesso por elevador a partir da rua das Cruzes, lateral ao templo, no bairro de Alfama.

Está também prevista a conclusão dos trabalhos arqueológicos (iniciados em 1990, interrompidos em 2004 e retomados em 2011) e a elaboração do programa museológico de valorização dos bens patrimoniais identificados no referido contexto.

As escavações arqueológicas realizadas no claustro – o único gótico na cidade de Lisboa - revelaram vestígios de ocupação humana com cerca de 2.700 anos, desde a Idade do Ferro (século VII antes de Cristo) à Idade Média, explicou o cónego Lourenço, à margem da cerimónia.

A arqueóloga Alexandra Gaspar afirmou por seu turno, que naquele espaço encontram-se vestígios neolíticos, fenícios, romanos, visigodos, islâmicos e medievais.

Entre os despojos foi encontrado um tesouro constituído por moedas de ouro islâmicas e algumas cristãs anteriores à invasão árabe, em 711, e uma ânfora romana.

Em 2015 estava prevista a abertura de três concursos públicos para a execução das obras de construção civil - uma empreitada de contenção periférica e escavação arqueológica, a construção do museu e fecho do claustro - e o restauro do espólio, segundo a mesma fonte, tudo se realizará “num único concurso, por razões administrativas, à exceção do restauro do espólio a ser exposto que integrará outra fase a desenvolver após a finalização da obra”.