Em comunicado, a CTP afirma que “respeita as instituições democráticas e olha para o atual momento político com serenidade” defendendo que “é desejável para as empresas que os próximos meses resultem num quadro de estabilidade social e económica que permita que um próximo Governo promova as reformas que são necessárias ao país e se assegure o crescimento da economia”.
“Ninguém desejava uma crise política, quando a pandemia ainda não está debelada e o país enfrenta uma escalada dos preços da eletricidade e dos combustíveis”, diz o presidente da CTP, Francisco Calheiros, citado no comunicado.
Para o líder da confederação empresarial, “o importante agora é que se consiga um quadro político suficientemente estável, em termos de Governo, que assegure o crescimento da economia nacional”.
A CTP afirma que, para a recuperação da atividade turística, “é necessário que as empresas estejam preparadas e sobretudo estejam capitalizadas” e sublinha que “há medidas fundamentais de capitalização das empresas, instrumentos financeiros, que não saíram do papel e que devem ser prioridade absoluta do próximo Governo”.
Francisco Calheiros acredita que “o ano de 2022 marcará o início da recuperação do turismo” e que, em 2023, o cenário será próximo da situação antes da pandemia, mas defende que “para que tal aconteça têm de chegar às empresas com urgência os apoios já aprovados”.
“É preciso que os apoios previstos a nível do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], nomeadamente as verbas canalizadas para o Programa Recuperar o Turismo, cheguem efetivamente às empresas”, frisa Francisco Calheiros.
Para a CTP, as medidas não têm de estar dependentes das circunstâncias políticas atuais.
O parlamento ‘chumbou’ na quarta-feira, na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL, abrindo caminho a eleições legislativas antecipadas.
O PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
Antes da votação, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha avisado que perante um chumbo do OE2022 iria iniciar "logo, logo, logo a seguir o processo" de dissolução do parlamento e de convocação de eleições legislativas antecipadas.
As legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento e de ser marcadas nesse mesmo momento, de acordo com o artigo 113.º da Constituição da República Portuguesa.
Para dissolver a Assembleia da República, o Presidente tem de ouvir os partidos parlamentares, o que aconteceu no sábado, e o Conselho de Estado, que se reúne na quarta-feira.
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