Esta lista vai ser entregue pelo coordenador da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, o pedopsiquiatra Pedro Strecht, durante a assembleia geral da CIRP, que se realiza hoje e sexta-feira em Fátima, refere a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, em comunicado.

“Dando seguimento ao que estava previsto desde o passado dia 03 de março, o coordenador da ex-Comissão Independente, Pedro Strecht, estará presente na assembleia e entregará a lista com os nomes dos alegados abusadores identificados nos Institutos de Vida Consagrada”, precisa o comunicado.

A CIRP indica ainda que a informação será entregue, em envelope fechado, ao presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, entidade que pediu o estudo sobre a realidade dos abusos de menores na Igreja Católica em Portugal, que passará o respetivo envelope a cada um dos superiores maiores dos institutos religiosos identificados pela Comissão Independente.

Numa declaração por escrito em março à Lusa, a presidente da CIRP afirmou que os religiosos destas instituições que sejam suspeitos e ainda se encontrem no ativo vão ser afastados temporariamente, enquanto decorrer eventual processo de investigação interna.

“Os superiores maiores que tiverem essa lista darão o devido seguimento, de acordo com as normas canónicas e civis em vigor”, acrescentou a irmã Maria da Graça Alves Guedes, apontando para a adoção de medidas idênticas às levadas a cabo pelos bispos diocesanos, alguns dos quais afastaram da atividade os membros do clero suspeitos.

A Comissão Independente entregou a lista dos suspeitos nas dioceses nacionais em 03 de março, quando se realizou uma assembleia plenária extraordinária da Conferência Episcopal Portuguesa.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais Contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa validou 512 dos 564 testemunhos recebidos, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de vítimas da ordem das 4.815.

Vinte e cinco casos foram reportados ao Ministério Público, que deram origem à abertura de 15 inquéritos, dos quais nove foram já arquivados, permanecendo seis em investigação.

Estes testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, período abrangido pelo trabalho da comissão.

Na sequência destes resultados, algumas dioceses decidiram afastar cautelarmente do ministério alguns padres, enquanto decorrem os respetivos processos.

No relatório apresentado pela Comissão Independente em 13 de fevereiro, surgiam indicados, no caso dos Institutos Religiosos femininos, entre outros, as Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, com oito vítimas, e as Religiosas do Amor de Deus, com três, como os mais afetados. No que respeita aos masculinos, os Salesianos destacavam-se com 18 vítimas, seguidos dos Jesuítas (12) e Franciscanos — Ordem dos Frades Menores (11).

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