Com a saída de três vice-presidentes — Diogo Pacheco de Amorim, Nuno Afonso e José Matias — entram Marta Trindade e Ana Motta Veiga e sobe um vogal da anterior direção, Pedro Frazão, que vão a votos no III congresso nacional do partido, que hoje termina em Coimbra.

Os dois outros vice-presidentes, António Tânger Correia e Gabriel Mithá Ribeiro, eleitos no congresso de Évora, mantêm-se na direção.

A informação sobre os novos membros da direção de Ventura foi avançada pelo jornal ‘online’ Observador e mais tarde confirmada à Lusa por uma fonte partidária.

A moção global “Governar Portugal”, de André Ventura, que condiciona o apoio a um acordo de direita à entrada no Governo, terá a sua votação associada à eleição da direção nacional.

O presidente do partido anunciou que não apresenta candidaturas à mesa do congresso e ao conselho de jurisdição nacional, para ser “rigorosamente neutral” em relação a estes dois órgãos, e informou que tem listas para a direção nacional e conselho nacional.

Ao conselho nacional, principal órgão entre congressos, Ventura candidata João Tally, da distrital de Viseu.

À mesa do congresso concorrem o atual presidente Luís Graça e Manuel Matias.

Segundo André Ventura, que interveio no início dos trabalhos após o jantar, “o presidente do partido não deve tomar partido” na disputa à mesa do congresso e do conselho de jurisdição.

Apesar dos apelos ao entendimento e para acabar com o “clima de agressividade não desejável”, feito por Luís Graça, logo a seguir o concorrente Manuel Matias prometeu “não patrocinar guerras” e queixou-se de ataques, nas redes sociais, “a pôr em causa” a sua pessoa e a sua família.

Depois de se ter cancelado a apresentação de 40 das 80 moções setoriais, que ainda foi contestado, sem êxito, por parte de um militante, Jerónimo Fernandes, da concelhia do Porto, num momento em que houve uma pateada, seguiu-se mais um debate quente, com gritaria e pateadas, contra essa decisão.

E continuaram as acusações de traição, de um candidato à jurisdição (Carlos Monteiro), que se queixou de pressões para não concorrer, e com Rodrigo Taxa, que é assessor de Ventura no parlamento, que garantiu que não usa a rede social Facebook “como arma de arremesso”.

Além destes dois congressistas, concorre ao conselho de jurisdição o jurista José Dias, que vai sair da direção do partido, “por opção de André Ventura, que é legítima e respeitável”.

Com 25 anos de trabalho no departamento de contencioso da PSP em Lisboa, José Dias prometeu “esvaziar” o conselho de ética e regularizar em 45 dias todos os processos que estão no conselho de jurisdição.

A maratona de votação das moções setoriais, feita por maioria, durou mais de duas horas, e não foram divulgadas à comunicação social. A grande maioria delas foi aprovada por observação, ou “a olho”, só se repetindo a contagem de votos quando a mesa tinha dúvidas.