A próxima direção comunista será eleita às 18:30 pelos cerca de 1.040 delegados presentes no Congresso, numa votação que será feita à porta fechada e por voto eletrónico.

Após o anúncio público do resultado da votação, o novo Comité Central reunir-se-á para debater e eleger a composição dos seus órgãos executivos – Comissão Política e Secretariado – que só será, contudo, divulgada no domingo.

De acordo com a lista apresentada pelo Comité Central cessante ao 22.º Congresso, a próxima direção comunista será ligeiramente mais pequena – passará a ter 125 membros, contra os 128 atuais -, mais jovem (a média de idades passa dos 49 anos consagrados em 2020 para os 48) e terá mais mulheres (a proporção aumenta de 27,3% para 30,4%).

No total, entram 25 novos membros e saem 28, entre os quais a ex-deputada do PCP Alma Rivera, a antiga eurodeputada Ilda Figueiredo e os membros da Comissão Política do Comité Central Armindo Miranda e João Dias Coelho.

Deverão transitar para a próxima direção, do Comité Central cessante, 100 membros, entre os quais o ex-secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa, o eurodeputado João Oliveira, o vereador na Câmara de Lisboa e ex-candidato presidencial João Ferreira, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, o deputado António Filipe, o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, e o ex-autarca de Loures Bernardino Soares.

A eleição do próximo Comité Central do PCP será o momento alto do segundo dia do Congresso do PCP, que começará às 09:30.

Na sexta-feira, Paulo Raimundo abriu a reunião magna dos comunistas com críticas ao PS, que acusou de cumplicidade com o Governo – avisando que, no atual momento nacional, “não se pode ficar em cima do muro” -, e considerou que está em curso uma “ofensiva anticomunista e uma campanha de desinformação à escala global”.

Num discurso que durou quase uma hora, o secretário-geral do PCP apelou ainda a um “alargamento da convergência de democratas e patriotas” para romper com políticas de direita e reconheceu que o partido enfrentou nos últimos quatro anos “um quadro muito exigente”.

“Precisamos de recrutar mais, recebendo e integrando aqueles que se dirigem ao partido, mas acima de tudo precisamos de tomar a iniciativa para contactar, mobilizar e convidar para ingressarem no partido”, disse.