Em declarações à agência Lusa, o ex-ministro de Passos Coelho referiu-se em particular a um almoço que reuniu hoje cerca de três centenas de apoiantes de Luís Montenegro, o principal opositor interno do presidente do PSD, num restaurante em Viana do Castelo, a cidade onde se realiza este fim de semana o congresso do partido.
“Espero que Luís Montenegro não estivesse a conspirar para fazer oposição interna dentro do partido”, afirmou Poiares Maduro.
“A recente divisão no partido foi dolorosa em alguns aspetos e as divergências devem ser superadas de forma construtiva”, disse, justificando que “a oposição no sistema político é entre dois partidos de poder e não dentro do partido”.
Poiares Maduro foi também da opinião que “o mais provável e desejável” é que Rui Rio consiga a partir de agora dirigir o partido mais serenamente, até porque tem “uma legitimidade política reforçada”.
“O juízo sobre os resultados eleitorais já foi feito pelos militantes [nas eleições diretas], que reconheceram a Rui Rio a autoridade política”, disse ainda.
“Mesmo aqueles que criticaram o líder têm de aceitar o reforço da sua autoridade política e dar-lhe espaço para afirmar a sua estratégia, contribuindo para o ajudar”, sublinhou.
Além disso, acrescentou, Rio tem demonstrado uma “forte resiliência”, razão pela qual, no seu entender, “quem estiver a fazer oposição interna acabará por reforçar a sua imagem e minará o seu próprio apoio”.
“Os militantes tendem a não respeitar quem não aceita os resultados democraticamente”, afirmou.
Por outro lado, o ex-ministro considerou que “faz todo o sentido” que Rui Rio aposte nas próximas eleições autárquicas, porque “o sucesso do PSD sempre se fez com a sua implantação autárquica”.
Quanto ao estilo de oposição, Poiares Maduro considerou que é preciso encontrar um equilíbrio entre “uma atitude de abertura e disponibilidade para compromissos estruturais para o país, que não se confunde com o apoio político a António Costa”.
Isto é, resumiu, “ao fazer oposição, o PSD não pode esquecer nem ignorar que qualquer partido tem de estar disponível para esses compromissos estruturais”.
Miguel Poiares Maduro foi co-subscritor de uma moção temática ao Congresso do PSD intitulada “Reformar o PSD para reformar a Política, na qual se defende a introdução de primárias abertas no partido.
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