Falando aos jornalistas à entrada para o Europarque, em Santa Maria da Feira (Aveiro), onde está a decorrer o 39.º Congresso do PSD, Paulo Rangel foi questionado sobre a sua disponibilidade para vir a ser ministro caso os sociais-democratas vençam as eleições legislativas de 30 de janeiro.
O eurodeputado respondeu que “esse tipo de perguntas neste momentâneo é extemporâneo” e “não faz sentido”, defendendo que, neste momento, é preciso o partido “focar-se nas eleições”.
“Nunca se deve 'pôr um carro à frente dos bois'. É preciso ganhar as eleições primeiro e, depois, ganhando as eleições, vamos ser Governo (…) e cada um avaliará”, frisou.
No entanto, Paulo Rangel disse que a sua “disponibilidade para o partido foi no passado sempre grande e continua a ser no presente, será no futuro”, descartando, no entanto, a ideia de que vir a ser ministro seja uma ambição sua.
“Não é uma ambição, de maneira nenhuma, não, não”, disse.
Projetando a campanha para as eleições legislativas, o candidato derrotado por Rui Rio nas diretas de 27 de novembro afirmou que irá participar “em alguns atos de campanha, como é normal os dirigentes partidários ou os militantes participarem”.
“Estarei com certeza num ou noutro debate em que estará o presidente do partido, mas estarei até noutros em que não está, porque a campanha é uma campanha plural, não é só à volta do líder”, indicou.
Rangel abordou ainda os resultados das votações para os diferentes órgãos nacionais durante o Congresso do PSD, salientando que, ainda que a lista de Miguel Pinto Luz para o Conselho Nacional, outro dos opositores à liderança de Rio, tenha ficado em segundo lugar, “o partido está totalmente mobilizado, unido, e totalmente focado nas eleições legislativas”.
“Agora, evidentemente, era só o que faltava que um partido não tivesse diversidade interna. Mas, quer dizer, isso aí é a coisa mais natural do mundo, nem compreendo como é que pode suscitar algum interesse e curiosidade essa circunstância. O que seria estranho é que houvesse uma lista que tivesse 100% dos votos”, referiu.
Sobre a vitória de Paulo Colaço sobre Nuno Morais Sarmento para o Conselho Nacional de Jurisdição do PSD, Rangel considerou que, sendo Colaço o incumbente, “normalmente é mais fácil conquistar uma vitória a partir dessa posição”.
“Eu acho que estávamos perante dois candidatos muito fortes, um porque ocupava o lugar e é um elemento muito querido do partido, independentemente de estar na Jurisdição, e outro porque obviamente é uma personalidade de relevo, (…) é um quadro do partido muito, muito, muito relevante”, frisou.
Sobre o discurso de Rui Rio no último dia da reunião magna do PSD, Rangel manifestou a esperança de que seja “um discurso esclarecedor, por um lado, e mobilizador, cativante para os cidadãos portugueses”, que aborde temas como a “economia, saúde, educação, ambiente”.
“Com certeza que será um discurso muito voltado para o país e para fora, para mobilizar não só apenas o partido, mas especialmente os eleitores”, frisou.
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