Na quinta audiência da sua investigação de um ano sobre os factos, o painel da Câmara dos Representantes destacará as tentativas de Trump de “corromper” o Departamento de Justiça (DoJ) “para apoiar a sua tentativa de anular a eleição”, disse o presidente da comissão, Bennie Thompson.

Os legisladores vão rever as tensões no Departamento de Justiça no fim de semana anterior à insurreição de 6 de janeiro de 2021, quando Trump tentou colocar um homem de confiança no comando da pasta.

"Vamos analisar especificamente como o presidente tentou fazer um mau uso do departamento para avançar a sua própria agenda e permanecer no poder", disse um assessor da comissão. "E veremos como (...) o presidente estava a usar o Departamento de Justiça para seus próprios fins".

As testemunhas serão Jeffrey Rosen, procurador-geral interino nos últimos dias do governo Trump, o seu vice Richard Donoghue, e Steven Engel, ex-procurador-geral assistente do Gabinete de Assessoria Jurídica.

Rosen assumiu o DoJ depois de Bill Barr ter renunciado, mas logo se viu no centro dos esforços de Trump para questionar a legitimidade das eleições.

Trump começou a apoiar um funcionário de nível médio do departamento, pouco conhecido, chamado Jeffrey Clark, que apoiou as teorias do presidente em fim de mandato sobre a suposta e não comprovada fraude eleitoral.

Clark pressionou os seus colegas a enviar cartas para vários estados nos quais Biden venceu, incentivando-os a anular os resultados da votação.

De acordo com a imprensa norte-americana, a comissão vai suspender as audiências públicas até depois do feriado de 4 de julho, Dia da Independência, sendo a sessão desta quinta-feira a última até essa data.

Thompson disse aos jornalistas que "novos fluxos significativos de provas exigiram uma mudança no cronograma de audiências do painel, incluindo a possibilidade de audiências adicionais". As novas provas incluem imagens do realizador Alex Holder, que teve acesso a Trump e à sua família antes e depois de 6 de janeiro.