Em comunicado, o Conselho de Faculdade da FCSH, presidido por Francisco Pinto Balsemão, refere que, depois de ter ouvido o diretor da FCSH, concluiu que "a decisão assumida pelo diretor da faculdade não colocou em causa, em nenhum momento, a liberdade de expressão, considerando igualmente que essa mesma decisão foi aquela que melhor salvaguardou os interesses da FCSH e da UNL".
Segundo a mesma nota, o Conselho de Faculdade aprovou a organização, em data e condições a definir com Jaime Nogueira Pinto, um "debate aberto sobre a temática prevista para a conferência [que foi cancelada]", uma iniciativa do reitor da UNL sob proposta do diretor da FCSH.
O comunicado foi aprovado hoje após uma reunião "extraordinária urgente", cujo único ponto da ordem de trabalhos era a "responsabilidade social da faculdade e liberdade de expressão", e na qual participou o reitor da UNL, António Rendas.
O Conselho de Faculdade entende ser "necessário garantir uma solução futura que assegure, em pluralidade, a completa salvaguarda da liberdade de expressão, princípio prioritário e intocável da FCSH".
Ao Conselho de Faculdade da FCSH compete apreciar os atos do diretor da faculdade.
A conferência com Jaime Nogueira Pinto, "Populismo ou democracia? O Brexit, Trump e Le Pen em debate", que esteve prevista para terça-feira passada, foi cancelada por decisão da direção da faculdade, que invocou "ausência das indispensáveis condições de normalidade".
Em Reunião Geral de Alunos foi votada uma moção exigindo o seu cancelamento, com a alegação de que o evento estava "associado a argumentos colonialistas, racistas, xenófobos", e a Associação de Estudantes invocou ter ficado vinculada a essa moção.
A palestra era promovida por alunos da faculdade ligados ao movimento Nova Portugalidade.
O seu cancelamento foi contestado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e por partidos políticos.
A reitoria da Universidade Nova de Lisboa rejeitou qualquer ameaça à liberdade de expressão.
Na quinta-feira, Jaime Nogueira Pinto disse que o cancelamento da conferência merece ser esclarecido.
O caso levou o Partido Nacional Renovador a convocar para o dia 21 um protesto em frente à faculdade "contra o totalitarismo do pensamento único e pela liberdade de expressão para todos".
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