A autorização da despesa para a “execução da empreitada das dragagens da zona superior da Lagoa de Óbidos e tratamento dos materiais dragados” foi hoje divulgada num comunicado do Conselho de Ministros que prevê a realização da obra “entre 2018 e 2020″.
A intervenção integra-se no Plano de Ordenamento da Orla Costeira Alcobaça-Mafra e corresponde à segunda fase de dragagens na Lagoa de Óbidos, que prevê a retirada de 850 mil metros cúbicos de areia do canal central, de um canal no braço do Bom Sucesso e de outro na Barrosa.
A empreitada inclui ainda a valorização de uma área de 78 hectares a montante do rio Real, numa zona que que no passado foi já utilizada na deposição de dragados.
Os trabalhos a realizar pretendem aumentar a quantidade e qualidade de água armazenada na Lagoa, evitar o isolamento dos braços da Barrosa e Bom Sucesso e contrariar a progressão da Foz do Rio Real, onde se têm acumulado os sedimentos.
O projeto das dragagens do corpo superior da Lagoa é da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), cujo presidente, Nuno Lacasta, numa reunião pública da Comissão de Acompanhamento da Lagoa, realizada em maio de 2016 na Foz do Arelho, anunciou que a obra deveria arrancar até ao final de 2017 e prolongar-se por cerca de um ano.
Em dezembro do ano passado, o Ministério do Ambiente anunciou que a candidatura a fundos comunitários, no valor de 16,8 milhões de euros, havia sido aprovada pelo PO SEUR (Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), permitindo a realização de “um conjunto de dragagens que irá contribuir para o aumento da superfície e volume da Lagoa, assim como irá promover uma melhoria da qualidade da água armazenada e evitar o isolamento dos Braços da Barrosa e do Bom Sucesso”.
A intervenção agora aprovada sucede à primeira fase das dragagens na Lagoa, que resultou na retirada 716 mil metros cúbicos de areia para combater o assoreamento que periodicamente fecha o canal de ligação ao mar, pondo em causa a sobrevivência dos bivalves.
A Lagoa de Óbidos é o sistema lagunar costeiro mais extenso da costa portuguesa, com uma área de 6,9 quilómetros quadrados que fazem fronteira terrestre com o concelho das Caldas da Rainha a Norte (freguesias da Foz do Arelho e Nadadouro) e com o concelho de Óbidos a Sul (freguesias de Vau e Santa Maria).
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