Os líderes dos 27 fixaram assim “a posição comum da União Europeia” perante o conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas, divulgada em comunicado prévio à cimeira extraordinária que decorre na terça-feira por videoconferência para abordar a crise no Médio Oriente.
No comunicado conjunto, a União Europeia (UE) “condena nos termos mais enérgicos possíveis o Hamas e os seus ataques terroristas brutais e indiscriminados em Israel” e deplora “profundamente” a perda de vidas humanas.
“Não há justificação para o terror”, enfatizaram os 27.
Nessa linha, insistem “firmemente no direito de Israel a defender-se em consonância com o direito humanitário e internacional face a estes ataques violentos e indiscriminados”.
“Reiteramos a importância de garantir a proteção de todos os civis em todo o momento de acordo com o Direito Internacional Humanitário”, reiteraram.
Simultaneamente, os 27 apelaram ao Hamas para que liberte “imediatamente” todos os reféns “sem condições prévias”.
Sublinharam a importância do fornecimento de ajuda humanitária “urgente” e disseram estar dispostos a apoiar os civis mais necessitados de Gaza em coordenação com os seus parceiros, “garantindo que as organizações terroristas não abusam da referida ajuda”.
“É crucial evitar uma escalada regional”, acrescentaram.
Por último, os líderes comunitários reiteraram que continuam comprometidos com “uma paz duradoura e sustentável baseada na solução de dois Estados” mediante “esforços renovados” no processo de paz no Médio Oriente.
“Sublinhamos a necessidade de nos comprometermos amplamente com as autoridades palestinianas legítimas, assim como com os parceiros regionais e internacionais que podem desempenhar um papel positivo na prevenção de uma nova escalada”, concluíram.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convocou no sábado uma cimeira extraordinária para terça-feira tendo em conta que “a tragédia que se está a desencadear tem muitas consequências para a Europa”.
Na convocatória aos chefes de Estado e de Governo da UE, afirmou que “as trágicas cenas” que ocorrem na Faixa de Gaza como consequência do cerco israelita e “a falta de bens essenciais, combinado com a destruição provocada pelos graves bombardeamentos, estão a fazer soar os alarmes na comunidade internacional”.
O político belga alertou na carta que o conflito “poderia ter consequências graves para a segurança” das sociedades europeias e que se não for gerido “com cuidado” pode “alimentar o extremismo” ou impulsionar “vagas migratórias em direção à Europa”.
O grupo islamita Hamas, considerado terrorista pela União UE e pelos Estados Unidos, iniciou em 07 deste mês um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza, que controla desde 2007, e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.
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