"O juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio, aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro e decretou a prisão preventiva do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, acusado pela morte de seu marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, no dia 5 de agosto", informou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) em comunicado.

O magistrado "determinou, ainda, a inclusão do nome do cônsul na lista de fugitivos da Interpol, depois de ter embarcado no domingo para a Alemanha", completou o tribunal.

Hahn foi detido a 6 de agosto, mas uma juíza de segunda instância concedeu-lhe um "habeas corpus" na semana passada, alegando que o prazo para que o Ministério Público (MP) apresentasse uma denúncia tinha expirado. O cônsul acabou por ser libertado sem entregar o passaporte.

O MP, que nega ter perdido o prazo legal, denunciou Hahn por homicídio nesta segunda-feira. De acordo com a investigação, Biot foi assassinado na casa onde o casal vivia, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

A perícia concluiu que Biot faleceu vítima de "espancamento". O MP afirma que Hahn alimentava um "sentimento de posse" em relação ao marido, a quem "subjugava financeira e psicologicamente", impedindo-o de estabelecer qualquer nível de independência económica ou de desenvolver amizades com outras pessoas.

Hahn disse às autoridades que o seu marido bateu com a cabeça após uma queda. Segundo a imprensa, Hahn, casado com Biot há 20 anos, tentou limpar a cena do crime antes da chegada da polícia e afirmou aos agentes que o marido tinha bebido muito e tomado comprimidos para dormir.

"A Polícia Civil está perplexa e estarrecida com o retorno do cônsul ao seu país de origem", disse a delegada Camila Lourenço ao jornal O Globo. "Havia a possibilidade de determinação de medida cautelar de prisão preventiva, com a retenção do passaporte, o que dificultaria sua fuga", completou.