A informação foi dada à agência Lusa pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, a que pertence o Santa Maria, o maior hospital do país.
Contactado pela Lusa, Carlos Martins recordou que a interrupção da consulta esteve ligada com “menor capacidade de resposta aquando do movimento dos enfermeiros especialistas” em saúde materna e obstetrícia, que, alegando não serem pagos para o efeito, se recusaram a exercer funções na área da especialidade.
O hospital Santa Maria está de momento a encaminhar para uma clínica privada as mulheres que precisam de uma interrupção da gravidez, a custo da instituição.
O Diário de Notícias escreveu na sexta-feira que “o Hospital de Santa Maria suspendeu, no início do ano, a consulta de interrupção de gravidez, alegando diminuição no número de enfermeiros especialistas”.
Em comunicado emitido na sexta-feira, a administração o CHLN referiu que, por proposta da direção do departamento de obstetrícia, ginecologia e medicina de reprodução, decidiu “recorrer, sempre que necessário, a unidades privadas, certificadas pelo Ministério da Saúde, para poder dar resposta atempada e com qualidade às grávidas que procuram” os serviços para um aborto.
O CHLN garante que “o principal objetivo desta medida é naturalmente garantir a segurança, assegurar uma resposta em tempo útil e com qualidade e evitar colocar a grávida em situações de risco, não esquecendo também a natural proteção aos profissionais”.
O CHLN assegura que está a promover “o recrutamento de profissionais especialistas nesta área, esperando resolver a situação com a maior brevidade possível, com o apoio da tutela”.
Em 2016, o Hospital Santa Maria realizou 467 interrupções da gravidez, todas por opção da mulher, segundo o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
No ano anterior, este hospital tinha realizado 454 abortos, pelo mesmo motivo, de acordo com os dados da DGS.
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