“Com a mudança de governo, não haverá represálias para ninguém, todos são livres de expressar a sua opinião”, assegurou Sérgio Gonçalves, em declarações aos jornalistas durante uma ação de campanha “junto das pessoas” pelas ruas do centro do Funchal.

Focando-se na administração pública, o candidato socialista lamentou que na região muitas vezes se tente “confundir quem é funcionário público e quem é funcionário do PSD”, salientando que “as pessoas têm medo de represálias”.

“É necessário acabar com este clima de medo”, defendeu.

Momentos depois, sentado com um grupo de amigos numa esplanada junto ao Teatro Municipal Baltazar Dias, na Avenida Arriaga, um idoso falou também do medo das pessoas.

“Toda a gente tem medo de dar a cara, […] tem tudo medo de falar”, afirmou, com um cigarro na mão e o telemóvel na outra, garantindo que “a esquerda toda” pode contar com ele.

“Eles [a coligação PSD/CDS-PP que lidera o Governo Regional] acham que têm o direito de abusar, têm a mania que são os donos disto tudo. Mas, olhe que acredito muito em si”, disse, dirigindo-se ao candidato socialista, que é também líder do PS/Madeira e deputado regional.

Na resposta, Sérgio Gonçalves lembrou que “faltam só os votos”, já que tudo o resto parece correr bem, nomeadamente “as entrevistas, os debates”.

“Estamos preparados, precisamos é de uma oportunidade”, pediu o cabeça de lista às clientes de outro café do centro do Funchal, insistindo que “todos prometem, mas para cumprir é preciso governar” e, para isso, o PS precisa de votos.

“Como é que é o seu nome”, perguntou a interlocutora do pedido, sentada com mais duas amigas numa mesa, prometendo, depois de esclarecida sobre quem era a pessoa que lhe tinha acabado de entregar um panfleto, que irá votar no domingo “se tiver uma camioneta para a levar”, porque “as pernas já não ajudam”.

Além de panfletos, a comitiva que acompanhou esta manhã Sérgio Gonçalves pelas ruas do centro do Funchal distribuiu lápis brancos, com o símbolo do PS a azul, brinde que fez sucesso não só junto aos eleitores madeirenses, mas também dos turistas que passeavam e com quem o candidato socialista falou e tirou fotografias.

“É o próximo presidente da Madeira”, explicava em inglês o ‘speaker’ que acompanhava a comitiva e que, ao longo da ‘caminhada’, ia tentando animar a ação de campanha com cânticos de “nós só queremos o Sérgio a presidente, nós só queremos o Sérgio a presidente”.

Cânticos que subiram de tom no início da Avenida Arriaga, em jeito de despique, quando a comitiva se cruzou com um carro de som da coligação Somos Madeira (PSD/CDS-PP), liderada pelo social-democrata Miguel Albuquerque, que preside ao Governo Regional desde 2015.

Às legislativas da Madeira concorrem 13 candidaturas, que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.

PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.

Nas anteriores regionais, os sociais-democratas elegeram 21 deputados e o CDS-PP três deputados parlamentares. O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.