As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorreram este fim de semana, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS.

Estas eleições antecipadas ocorreram 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega sobre as investigações judiciais que envolvem membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD).

Os resultados

  • A taxa de abstenção nas regionais da Madeira de hoje foi de 44,02%, inferior à de 46,60% registada nas eleições anteriores, refere o MAI.
  • O PSD teve 43,43% dos votos (62.085 votos) e 23 lugares na Assembleia Legislativa Regional, segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI).
  • O JPP– Juntos Pelo Povo foi o segundo mais votado e elegeu 11 deputados.
  • Seguiu-se o Partido Socialista com oito lugares.
  • O Chega elegeu três deputados, o CDS-PP um e a IL um.
  • O PAN perdeu assento parlamentar.
  • O Livre elegeu um deputado.
  • A Coligação Democrática Unitária (CDU – PCP/Verdes) e o Bloco de Esquerda (BE) ficaram novamente de fora da Assembleia Legislativa.
  • A Assembleia passou de sete para seis forças políticas.

Governo alternativo

  • O PSD falhou por um deputado a maioria absoluta (que requer 24 assentos).
  • Para um governo alternativo é necessário JPP, PS, Chega, IL e CDS-PP fazerem um acordo, somando 24 deputados, contra os 23 do PSD.
  • O CDS-PP (3% dos votos), que já governou com o PSD, ainda não conversou com Miguel Albuquerque, mas garante que se sentará à mesa negocial. Este acordo seria suficiente para a maioria absoluta.
  • O Chega/Madeira (5,47% dos votos) não apoia o Governo de PSD.

Reações

  • O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que os eleitores na Madeira votaram na estabilidade e deram uma maioria absoluta a dois partidos, o PSD e o CDS.
  • O secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, assumiu a derrota do PS/Madeira e recusou retirar qualquer ilação para as legislativas antecipadas por considerar que não se pode fazer uma relação com a política nacional.
  • O presidente do PSD, Luís Montenegro destacou a “extraordinária vitória” social-democrata nas eleições regionais da Madeira, afirmando que o povo, “mais uma vez, provou sabe resolver nas urnas” os problemas causados na política.
  • O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou que “não há qualquer equívoco" em relação àquilo que os madeirenses querem.
  • O líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, reconheceu a responsabilidade pela derrota nas legislativas regionais, afirmando que depois das autárquicas deste ano irá “abrir um processo para a liderança” da estrutura partidária.
  • A Força Madeira, coligação formada por PTP, MPT e RIR, defendeu que “não é normal” o PSD vencer sempre as eleições legislativas madeirenses, considerando que “há um défice democrático” no arquipélago, com “vícios graves” do ponto de vista político.
  • A cabeça de lista do Livre às eleições regionais da Madeira, Marta Sofia Silva, lamentou hoje que os madeirenses tenham escolhido um Governo liderado por “um arguido”, considerando que a vitória do PSD vai “agravar os problemas estruturais”.

*Com Lusa