"Todas as tentativas das Forças Armadas da Ucrânia para quebrar as nossas linhas de defesa, durante a contraofensiva não tiveram sucesso. O inimigo não teve sucesso", declarou Putin em entrevista ao canal Rossya-1 exibida este domingo.
O presidente russo também considerou a atual situação como sendo "positiva" para as forças russas mobilizadas.
“As nossas tropas estão a comportar-se heroicamente. E estão a capturar posições mais vantajosas, durante a contraofensiva por parte do inimigo", declarou o chefe de Estado russo.
A Ucrânia iniciou a contraofensiva no mês passado, depois de acumular armamento fornecido pelo Ocidente e reforçar a capacidade de ataque.
Na sexta-feira, no entanto, o chefe do gabinete da presidência ucraniana, Andrii Yermak, admitiu que a operação "atualmente não avança tão rápido" como esperado.
A contraofensiva de Kiev avança de forma lenta. As tropas russas tiveram tempo para estabelecer defesas sólidas, incluindo campos de minas, e poder de fogo significativo para atacar as forças ucranianas.
Neste domingo, o Estado-Maior ucraniano anunciou operações de ataque em curso na direção de Melitopol e Berdiansk, duas cidades ocupadas pela Rússia no sul da Ucrânia. Ao mesmo tempo, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que neutralizou 10 drones ucranianos lançados a partir da península anexada da Crimeia, perto de Sebastopol, quartel-general da frota russa no Mar Negro.
Em comunicado, o Ministério afirmou que derrubou dois drones com a defesa antiaérea e desativou outros cinco, graças aos sistemas de interferência.
A nota também cita a destruição de dois drones navais do exército ucraniano, embarcações que operam sem tripulação.
O governador russo de Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, informou no Telegram que o 10º drone foi neutralizado sobre o Mar Negro com sistemas de interferência eletrónica.
Na entrevista ao canal Rossya-1, o presidente russo afirmou ainda que o exército do país tem uma "boa reserva" de bombas de fragmentação, ameaçando recorrer ao armamento, caso Kiev utilize este tipo de bombas fornecidas pelos Estados Unidos.
Washington anunciou durante a cimeira da NATO, na semana passada em Vilnius, que fornecerá ao exército ucraniano este tipo de arma, de uso muito polémico, uma vez que as cargas libertadas pelas bombas dispersam por vários metros, podendo provocar muitas vítimas colaterais civis.
"Na Rússia há uma boa reserva de bombas de fragmentação, de diferentes tipos", disse Putin na entrevista.
"Até agora não as utilizamos, apesar de, em algum momento, ter faltado munição", acrescentou.
"Mas se forem utilizadas contra nós, reservamo-nos ao direito de adotar medidas semelhantes como represália".
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