Os trabalhos da reunião magna dos liberais começaram pouco depois das 11:00, no Centro de Congressos de Lisboa, tendo tido duas interrupções, uma para almoço e outra para o jantar, cumprindo a ordem de trabalhos prevista.
As últimas horas foram dedicadas a várias dezenas de intervenções de membros a propósito da única moção de estratégia global e das 16 moções setoriais em debate, que tinham sido antes apresentadas pelos seus proponentes.
A moção de estratégia global – intitulada “Preparados. Liberalizar Portugal” - foi apresentada, durante cerca de 40 minutos, pelo presidente recandidato, João Cotrim Figueiredo, que será reeleito para um novo mandato nas eleições para a Comissão Executiva que decorrerão hoje uma vez que a sua lista é única, ou seja, sem oposição.
No período de análise inscreveram-se inicialmente cerca de 80 membros da IL, que subiram ao púlpito para fazer intervenções sobre temas variados, tais como a necessidade de o partido assumir uma posição sobre a descentralização e a regionalização.
Uma das moções setoriais mais debatida foi a intitulada “Em Defesa da Liberdade”, que apela à Comissão Executiva para “que defenda com unhas e dentes, contra tudo e contra todos, a vida, a liberdade e a busca pela felicidade de cada indivíduo”.
Este foi um dos textos que gerou mais controvérsia entre as intervenções dos militantes, sendo ouvidas inúmeras manifestações contra e algumas de apoio.
Numa das intervenções, Catarina Maia, membro da direção, subiu ao púlpito para responder a um dos críticos, Rui Malheiro, o “membro 1093”, que horas antes tinha lamentado alguma “falta de apoio aos membros” por parte da Comissão Executiva.
“Saia do sofá, tenha iniciativa. É isso que se pede aos membros da Iniciativa Liberal que o querem fazer, porque sabem a quem se dirigir, sabem com quem falar, têm desde logo os grupos de coordenação local, têm os conselheiros nacionais, têm a comissão executiva, há inúmeros canais, há grupos de Facebook, há Discord, há WhatsApp”, atirou.
Rodrigo Saraiva, membro número dois, também interveio para enaltecer o caminho feito pelos liberais desde a sua fundação, questionando várias vezes: “quem diria?”.
“Tentam acantonar-nos, que fossemos aí uns descontentes do PSD, uns desiludidos do CDS e depois percebem que também surgem aqui pessoas que andaram a votar no PAN e no Bloco e no PS, cada um no seu contexto, nos seus desencontros da vida, até que se encontraram com as características e atitude muito particulares da IL”, afirmou.
O militante liberal deixou ainda um apelo a todos os que tenham “votado ou militado” noutros partidos, avisando-os que a IL não fará um “regresso ao passado”.
“Nós não vamos ser nunca um PSD sem vícios, nunca seremos um CDS sem terço, nunca seremos um PAN sem proibicionismos e nunca seremos um Bloco com noções de economia”, rematou.
No cair do pano, Cotrim Figueiredo subiu ao palco para uma rápida despedida.
"Passámos aqui 14 horas no mais profícuo debate político que eu creio que tivemos na Iniciativa Liberal", elogiou.
Comentários