Decisiva, ambição e risco são ideias que têm dominado o discurso político e público sobre a cimeira, quando muitos países, entre os quais alguns dos maiores poluidores, ainda não apresentaram metas mais ambiciosas de redução de emissões, de transição energética para se afastarem dos combustíveis fósseis e compromissos de financiamento dos países mais pobres na adaptação às alterações climáticas.
São esses alguns dos principais objetivos da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, resumida na designação COP26, que o secretário-geral da ONU, António Guterres, reconheceu que está em “sério risco” de falhar.
A cimeira, que decorre até 12 de novembro, começa hoje com reuniões plenárias preliminares que juntarão os representantes dos países signatários da Convenção, do Protocolo de Quioto e do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.
A cerimónia oficial de abertura realiza-se na segunda-feira, com o primeiro-ministro do Reino Unido, país-anfitrião, juntamente com a Itália, com “momentos criativos e culturais”, de acordo com a organização.
Começará depois a cimeira de chefes de Estado e de Governo, que até terça-feira farão intervenções dando conta dos seus compromissos e ambições renovadas para dar corpo ao Acordo de Paris e limitar o aquecimento global até ao final do século.
Ainda na segunda-feira, os líderes mundiais ouvirão cientistas a descrever o estado da arte nas questões do clima e traçar o cenário que espera o mundo caso não se cumpram os objetivos definidos em 2015 em Paris com ainda mais ambição e rapidez.
As declarações no primeiro dia decorrerão em duas salas de plenário ao mesmo tempo, uma com chefes de Estado, outra com primeiros-ministros, num desfile de líderes mundiais que incluirá o Presidente norte-americano, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
As declarações dos chefes de Estado e de governo prosseguirão na terça-feira e os dias seguintes serão organizados por temas: Finanças na quarta-feira, Energia na quinta, Juventude na sexta.
No sábado, dia que a COP26 consagra ao tema Natureza e Uso do Solo, está prevista para Glasgow uma manifestação de ativistas climáticos, convocada pelo coletivo Coligação COP26 e marcada pelo pessimismo da organização quanto às hipóteses de a cimeira trazer alguma mudança que resulte realmente.
Ao longo das duas semanas da COP26, esta coligação promove a sua própria “cimeira alternativa”, com debates, encontros e iniciativas de protesto.
Os dias temáticos na cimeira prosseguem na segunda semana até ao fim das negociações, cuja tradição é estenderem-se pelo fim de semana, para lá de sexta-feira, dia agendado para apresentação das conclusões.
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