Um dia depois do prazo marcado para o fim da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP26), Alok Sharma tinha apontado o reinício do plenário para as 12:00, mas decidiu dar mais tempo para “haver resoluções antes de começar”.
“A minha intenção é que fechemos esta COP esta tarde e tenhamos um pacote de resoluções equilibrado, dando tempo a toda a gente para se expressar”, afirmou aos delegados quase duas horas depois de abrirem as portas do plenário de Glasgow.
Admitiu que o resultado poderá “não agradar a toda a gente”, mas pediu que se chegue a um consenso sobre o texto final da declaração da cimeira que “faça avançar as coisas para todos”.
O novo projeto de declaração final da cimeira do clima da ONU exorta os membros do Acordo de Paris a dobrarem o dinheiro que contribuíram para o financiamento climático (cerca de 80 mil milhões de euros) até 2025.
Esta previsão está na mais recente versão de resolução sobre o Acordo de Paris.
O compromisso de os países desenvolvidos reunirem 100 mil milhões de dólares anuais para financiamento climático aos países menos desenvolvidos, ajudando-os a tomar medidas de mitigação de emissões poluentes e adaptação aos efeitos das alterações climáticas, foi assumido em 2009 e tinha como meta 2020, mas um ano antes, apenas tinha sido cumprido a 80 por cento.
Num dos principais pontos de contenção entre países mais ricos e países mais pobres, o estabelecimento de um mecanismo de compensação por perdas e danos aos países que menos poluem e mais sofrem com os efeitos adversos da mudança climática, nota-se que as discussões sobre como o tornar operacional “não produziram resultado”.
Mantém-se em relação à versão de sexta-feira um apelo para os signatários do acordo deixarem de dar “subsídios ineficientes” à exploração de combustíveis fósseis e ao recurso ao carvão para produção de energia, com uma mudança na linguagem: se na sexta se recomendava a “aceleração do fim” dos subsídios, hoje pede-se “uma aceleração dos esforços” nessa direção e introduz-se o “reconhecimento da necessidade de uma transição justa”.
Sem alteração continua também o apelo aos países para atualizarem a partir de 2022 os seus esforços nacionais de redução de emissões carbónicas mais frequentemente que os cinco anos previstos no texto do Acordo de Paris, de 2015, mas sempre com a ressalva de isso estará dependente das “circunstâncias nacionais”.
No preâmbulo da declaração final da cimeira, introduz-se um parágrafo em que se reconhece “a importância dos povos indígenas, comunidades locais e sociedade civil, incluindo jovens e crianças, a enfrentar e responder às alterações climáticas”.
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