O lançamento realizado na quinta-feira foi "um teste de um novo tipo de míssil de cruzeiro terra-mar", afirmou a agência oficial KCNA, acrescentando que o vetor "detetou e atingiu com precisão alvos flutuantes no Mar Oriental da Coreia".
Segundo o ministério da Defesa sul-coreano, os mísseis de curto alcance voaram cerca de 200 km, a uma altitude de 2 km, antes de caírem no Mar do Japão.
Os mísseis de cruzeiro, que a Coreia do Norte lançou a partir da costa leste, foram "muito mais lentos" do que os mísseis balísticos e podem ser derrubados por artilharia antiaérea, explicou à AFP Lee Il-Woo, analista da instituição privada Korea Defense Network.
Este foi o quinto teste de mísseis realizado pelo regime comunista nas últimas semanas, num claro desafio às advertências da ONU e às ameaças dos Estados Unidos quanto a uma possível resposta militar.
A Coreia do Norte realizou dois testes atómicos e dezenas de lançamentos de mísseis desde o começo do ano passado, numa assumida missão de desenvolvimento de um míssil capaz de levar uma ogiva nuclear ao território continental dos Estados Unidos, algo que o presidente Donald Trump garante que "não vai acontecer".
Vários diplomatas das Nações Unidas denunciaram como uma provocação os lançamentos, na quinta-feira, dos mísseis de cruzeiro, embora não esteja prevista uma reunião imediata do Conselho de Segurança sobre o tema.
O embaixador boliviano, Sacha Sergio Llorenty Soliz, insistiu que só os lançamentos de mísseis balísticos e testes nucleares de Pyongyang são proibidos pela ONU e podem levar a sansões.
Já Matthew Rycroft, representante do Reino Unido junto das Nações Unidas, destacou que - contrariamente aos lançamentos de mísseis balísticos -, os testes com mísseis de cruzeiro, embora "irresponsáveis" e "destabilizadores", provavelmente não violam as resoluções da ONU que proíbem Pyongyang de realizar atividades com mísseis balísticos.
Francois Delattre, representante francês, destacou a necessidade de se adotar uma postura comum. "Continuamos decididos a seguir adiante com nossos parceiros no Conselho de Segurança", disse.
Na semana passada, o Conselho aprovou por unanimidade uma resolução elaborada pelos Estados Unidos, que impõe novas sanções a um punhado de funcionários e entidades norte-coreanas.
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