Desde o último balanço registaram-se mais 81 mortes e 2.841 casos de infeção no surto que começou na cidade de Wuhan, na província central de Hubei, o que aumenta o total de doentes para 34 mil em todo o país. Ao todo morreram, pelo menos 719 pessoas, tendo em conta as duas mortes registadas em Hong Kong e nas Filipinas.
O novo vírus (2019-nCoV) pertence à mesma família do vírus da síndroma respiratória aguda (SARS, na sigla em inglês), que atingiu 5.327 pessoas entre novembro de 2002 e agosto de 2003 e foi responsável por 800 mortes, a grande maioria na China.
Atualmente, e segundo os dados oficiais mais recentes, mais de 34 mil pessoas estão infetadas com o novo coronavírus na China, onde várias cidades têm imposto medidas drásticas de confinamento a dezenas de milhões de pessoas.
Uma dessas cidades é Wuhan, na província de Hubei (centro da China), onde o novo vírus foi identificado pela primeira vez e onde está identificado o epicentro do surto.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção do novo coronavírus confirmados em mais de 20 países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.
Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população
O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:
- Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
- Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
- Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
- Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
- Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
- Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
Combater a desinformação
A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:
- É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;
- Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;
- Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;
- Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;
- As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;
- Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;
- Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.
Onde chegou o coronavírus?
Esta é a lista dos países e territórios que notificaram casos de contágio do novo coronavírus, da mesma família da SARS, desde o seu surgimento, em dezembro na cidade Wuhan, na província chinesa de Hubei.
Fora da China continental, foram confirmados mais de 320 casos de contágio em 30 países e territórios.
CHINA
Mais de 34 mil pessoas foram infectadas na China continental. Pelo menos 717 delas morreram. Quase todas as mortes ocorreram na província de Hubei, local do surgimento do contágio e de onde Wuhan é a capital.
Uma pessoa também morreu em Hong Kong, onde pelo menos 24 casos foram registados.
Dez casos foram reportados em Macau.
Um caso no Tibete.
ÁSIA-PACÍFICO
Leste Asiático
Coreia do Sul: 24 casos
Japão: 86 casos, 61 deles a bordo do cruzeiro Diamond Princess, que está em quarentena em Yokohama
Taiwan: 16 casos
Sudeste Asiático
Camboja: um caso
Malásia: 15 casos
Filipinas: três casos, entre eles um morto em Manila
Singapura: 33 casos
Tailândia: 25 casos
Vietname: 12 casos
Sul da Ásia
Índia: três casos
Nepal: um caso
Sri Lanka: um caso
Austrália: 15 casos
AMÉRICA DO NORTE
Canadá: 5 casos, além de dois canadianos a bordo do cruzeiro isolado no Japão
Estados Unidos: 12 casos
EUROPA
Alemanha: 13 casos
Bélgica: um caso
Espanha: um caso
Finlândia: um caso
França: seis casos
Itália: três casos
Suécia: um caso
Reino Unido: três casos
Rússia: dois casos
MÉDIO ORIENTE
Emirados Árabes Unidos: cinco casos
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