Um tribunal de Madrid ordenou a exumação do cadáver do pintor surrealista a 20 de junho, e a obtenção de amostras do seu corpo, para um exame de determinação de paternidade de Pilar Abel, que alega ser filha do artista.

Segundo fontes do município de Figueres, citadas pela agência EFE, a magistrada María del Mar Crespo informou hoje as autoridades locais de que foi marcada para essa data a obtenção de amostras do corpo de Dalí, que permitam comprovar ou não a coincidência do seu ADN com o de Abel.

O corpo de Salvador Dalí encontra-se sepultado na cripta do Teatro-Museo Dalí, propriedade do município de Figueres, presidido por Marta Felip.

Um dos problemas para a exumação do corpo de Salvador Dalí está relacionado com a remoção da lápide, que fecha o sepulcro do pintor, na cripta do edifício.

Pilar Abel submeteu-se ao exame de ADN na terça-feira, 11 de julho, em Madrid.

A Fundação Gala-Dalí recorreu da decisão do tribunal que determina a exumação do corpo do artista, apoiada em pareceres jurídicos de Roca Junyent, em coordenação com a procuradoria espanhola, já que o pedido de determinação de paternidade visa igualmente o Estado espanhol - o ministério das Finanças e do Tesouro -, como herdeiro de Dalí.

O corpo de Salvador Dalí, que morreu a 23 de janeiro de 1989, foi sepultado no Teatro-Museu Dalí de Figueres.

O pedido de averiguação de paternidade de Pilar Abel foi admitido no tribunal de primeira instância número 11, de Madrid, em abril de 2015.

Pilar Abel, nascida em Figueres em 1956, alega ser fruto de uma relação de Salvador Dalí com sua mãe, que conheceu em Cadaqués (Girona), quando esta trabalhava como empregada de uma família que passava temporadas naquela povoação.

A mãe de Pilar Abel ter-lhe-á dito várias vezes que o seu pai era o pintor Salvador Dalí. Além disso, uma cuidadora da mãe de Pilar reconheceu que esta contava que manteve uma relação amorosa secreta com o pintor.

Pilar Abel já se submeteu duas vezes a testes de paternidade, mas nunca conseguiu que os resultados lhe fossem entregues.

O primeiro teste foi feito num laboratório em San Sebastián de los Reyes (Madrid), em julho de 2007, com restos de pele e cabelos que estavam agarrados a uma máscara de gesso do pintor, que foi feita pouco depois de este morrer e chegou às mãos de Pilar Abel.

O segundo teste foi feito em Paris, em dezembro de 2007, no escritório de Robert Descharnes, colaborador e biógrafo de Dalí, para comparar amostras de ADN de Pilar com material genético do pintor que Descharnes tinha em sua posse.

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