Os projetos de lei do PSD e do CDS foram aprovados na generalidade com a abstenção do PS, o voto contra do PAN e os votos favoráveis dos restantes partidos, enquanto a iniciativa legislativa do PCP foi aprovada com os votos contra do PS e do PAN e os votos favoráveis dos outros partidos.
CDS-PP, BE e PAN tinham apresentado projetos para pôr fim às isenções fiscais de que os partidos políticos beneficiam enquanto entidades de interesse público, como a isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que foram chumbadas.
Os projetos do PSD e do CDS referentes ao financiamento dos partidos preveem que os cortes em vigor, de 10% às subvenções públicas ao funcionamento dos partidos, e de 20% às campanhas eleitorais se tornem definitivos.
O diploma do PCP defende a redução das subvenções públicas a conceder aos partidos em 40% do montante atual, e uma redução para metade do financiamento das campanhas à Assembleia da República, Presidência da República e Parlamento Europeu, menos 25% para campanhas regionais e redução a um terço do atualmente previsto no caso das eleições autárquicas.
Numa declaração de voto, o grupo parlamentar do PS manifestou oposição a "soluções que optam por diminuir de forma permanente o financiamento dos partidos, num quadro de ausência de reflexão sustentada quantos aos efeitos dessa opção na qualidade da democracia", considerando que "arriscam contribuir para fragilizar a independência dos partidos e promover maior dependência de financiamento privado".
Os socialistas concordavam, contudo, com o prolongamento por mais dois anos dos cortes, como propunha o PAN num projeto que foi chumbado, bem como eram favoráveis à redução permanente dos custos com as campanhas eleitorais.
O PS justifica ainda o seu voto contra o projeto do PCP pela "escala desproporcionada dos cortes propostos".
As propostas aprovadas serão agora discutidas na especialidade, na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais.
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