Esta posição foi transmitida por António Costa na sua primeira intervenção no Fórum La Toja, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, num painel de debate em que também participaram os antigos primeiros-ministros Felipe Gonzalez, Francisco Pinto Balsemão e Mariano Rajoy, que foi moderado pela jornalista Teresa de Sousa.
Interrogado sobre o crescimento de forças extremistas em Portugal e na União Europeia, o ex-líder do executivo começou por provocar risos na plateia ao agradecer a sua “aula prática” como ex-primeiro-ministro e referiu-se, depois, à forma como a anterior legislatura foi interrompida na sequência de um processo judicial, a chamada “Operação Influencer”.
“Continua a ser fundamental para a vitalidade da democracia que a polarização seja possível corporizar através dos dois grandes partidos do centro esquerda e do centro direita. Acho que não devemos sobrevalorizar a interpretação das últimas eleições, já que ocorreram em circunstâncias particularmente estranhas”, advertiu.
De acordo com António Costa, o que permitiu um maior crescimento “do partido populista de direita”, o Chega, “foi sobretudo o facto de os cidadãos não terem sentido nem no PS, nem no PSD tração suficiente para a concentração necessária do voto”.
“Uma concentração para que pudessem ter votações acima dos 30%, como sempre tiveram quando ganharam”, apontou.
No entanto, acentuou o ex-primeiro-ministro, “não vale a pena exagerar na interpretação dos resultados” das últimas eleições legislativas e “é preciso dar tempo para que as coisas retomem a normalidade”.
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