António Costa assumiu esta posição no final de um almoço com membros da Confederação do Comércio e Serviços, numa intervenção em que defendeu que Portugal deve olhar para além das tradicionais políticas de coesão e Agrícola Comum (PAC) e concorrer mais a fundos europeus como os da ciência.

"Ao mesmo tempo que nos posicionamos para evitar perdas na coesão ou na PAC, temos de nos posicionar para ter ganhos na ciência ou no novo instrumento orçamental para a convergência e competitividade [na zona euro]", defendeu o primeiro-ministro, já depois de ter explicado a estratégia do seu Governo nas recentes negociações para a formação do novo executivo comunitário liderado pela germânica Ursula von der Leyen.

"A razão principal que levou o Governo a ter como objetivo a pasta dos fundos estruturais na próxima Comissão tem menos a ver com este quadro comunitário 2030 e tem mais a ver com a modernização da política de fundos estruturais para daqui a sete anos. Ninguém tenha dúvidas que, nos próximos sete anos, registar-se-á uma alteração muito profunda nas estruturas dos fundos - e é fundamental estar no centro dessa discussão", justificou.

Para António Costa, Portugal "tem de olhar para outras estruturas de fundos e para novos fundos que estão a existir, sendo o mais óbvio o da ciência".

"Como disse muito recentemente o comissário europeu, Carlos Moedas, há cinco anos Portugal ia buscar a esses fundos qualquer coisa como meio milhão de euros, mas, neste momento, já vamos buscar mil milhões de euros. Podemos chegar facilmente aos dois mil milhões de euros no próximo quadro", acrescentou.