António Costa foi questionado no debate quinzenal no parlamento pela deputada do Partido Ecologista “Os Verdes” Heloísa Apolónia sobre as notícias da semana passada, segundo as quais a GNR multou o ICNF por "oito situações de falta de gestão de combustíveis na Mata Nacional de Leiria", denunciadas a 25 de setembro de 2018.

“Bem prega frei Tomás, é preciso que o Estado faça o que exige aos cidadãos”, pediu a deputada ecologista.

Na resposta, o primeiro-ministro assegurou que “a situação está ultrapassada”.

“O auto que foi levantado - e bem, porque a lei é igual para todos – tinha a ver não com a limpeza, mas como remoção de áreas ardidas, que foram muito extensas, houve atrasos. Neste momento, está tudo ultrapassado, felizmente, e o ICNF está a executar em velocidade de cruzeiro o plano de remoção de limpezas”, afirmou.

António Costa aproveitou a pergunta para salientar que este Governo executou em quatro anos “40% do que não foi feito em dez anos anteriores”, no que diz respeito à rede primária de faixas de gestão de combustível.

Heloísa Apolónia questionou ainda o primeiro-ministro sobre a pouca quantidade de água que entra no Tejo, vinda de Espanha, defendendo a “necessidade urgente” de rever a Convenção de Albufeira.

Na resposta, Costa salientou que “mais importante do que a quantidade, é a qualidade da água”, considerando que “existe um problema efetivo" na que entra em Portugal.

“Esse tema esteve na agenda das duas últimas cimeiras ibéricas”, lembrou, apontando que a próxima está marcada para julho, um calendário ainda incerto devido às eleições antecipadas em Espanha marcadas para 28 de abril.

Heloísa Apolónia aproveitou o seu tempo disponível para criticar as bancadas do PSD e do CDS e até o ex-Presidente da República Cavaco Silva, que na quarta-feira acusou PS, mas também BE, PCP e Verdes, de serem responsáveis, com “opções políticas erradas”, pela degradação do Serviço Nacional de Saúde.

“Não admira que a direita – seja via PSD, via CDS ou via Cavaco Silva - fiquem muito incomodadas com medidas como a dos passes sociais, a descida das propinas ou do IVA da restauração”, afirmou, acusando estes dois partidos de “nunca governarem para as pessoas, mas para servirem os grandes interesses económicos”.